Quadrilha que roubava e esquentava carros em MT tem 29 envolvidos
A Polícia Judiciária Civil informou, há pouco, que a quadrilha investigada na operação “Clone”, desarticulada hoje, é composta de pelo menos 29 suspeitos, 3 deles comandavam de dentro de presídios de Cuiabá o esquema de roubos, furtos, adulteração e clonagem de veículos roubados e furtados na região metropolitana de Mato Grosso. Foram presas 5 pessoas em flagrante, entre elas um analista da Secretaria Estaduald e Fazenda, encontrado com um revólver calibre 38 e 1 documento de registro de veículo em branco para ser falsificado. Ele foi autuado por crime de receptação e porte ilegal de arma de fogo, cuja pena dos crimes juntos não permite aplicação de fiança na delegacia.
A operação foi em Cuiabá, Várzea Grande e em Itanhangá (no Nortão). O esquema funcionava da seguinte forma: o veículo é roubado ou furtado. A quadrilha entra em contato com o articulador do esquema e informa os dados do veículo roubado. Em seguida o articulador, com informações privilegiadas dentro do Departamento Estadual de Trânsito e Secretaria de Fazenda (Sefaz), obtinha dados de veículos idênticos e com situação de regular. Na sequência, o articulador entrava em contato com despachantes que providenciavam documentos dos veículos, através de falsificação ou segunda via junto ao Detran. O articulador também providenciava a adulteração do chassi com criminosos especializados e encomendava placas do veículo lícito e uma vez instalado, o veículo era vendido como se fosse regular ou “finan” - quando o veículo é vendido como se tivesse apenas restrição financeira e o comprador circula livremente.
Os delegado Wagner Bassi, e o titular da Delegaica de Roubos-Furtos, Francisco Kunze, coordenaram a operação e apontam que, durante as investigaçõs, 12 membros foram presos e outros 14 serão indiciados nos crimes roubos, falsificação de documento público, adulteração de sinal identificador de veículo, quadrilha ou bando e associação ou bando. 5 dos 14 foram presos por crimes diversos flagrados durante as busca.
Um servidor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) -juntamente com o da Secretaria de Fazenda- faziam trabalho de pesquisa para localizar veículos com as mesmas características de carros roubados para serem clonados. Bassi explicou que a senha do servidores permitiam acesso a informações de taxas e dados cadastrais do Detran, que eram repassados a quadrilha.
A polícia apreendeu documentos como CRLV em branco e outros falsificados, cédulas de RG em branco, CNH falsa, além de 2 notebook, 1 computador, e 2 impressoras matriciais semelhante a usada pelo Detran, sendo uma colorida onde era impresso a chancela da assinatura do documento. Os equipamentos eram usados para adulteração e falsificação de documentos.
A Polícia Civil identificou mudança no destino dos veículos subtraídos, que historicamente a maioria dos veículos roubados/furtados eram levados para países vizinhos, como o Paraguai e a Bolívia, onde eram trocados por entorpecentes, sendo este, em seguida, introduzido no Brasil alimentando assim o comércio ilícito de entorpecentes. “Todavia, as investigações apontaram que os veículos, em grande parte, são ‘clonados’ e permanecem no Brasil”, finalizou o delegado Wagner Bassi.
Participaram da operação 10 delegados, 30 investigadores, 4 escrivães e 60 policiais militares, sendo 10 oficiais da PM.
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