Pesquisadores estudam efeitos do aquecimento em plantas e animais
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia estão estudando os efeitos do aquecimento da temperatura da terra nas plantas e nos animais. Os experimentos simulam como seria o meio-ambiente no futuro.
Dois graus a mais na temperatura média da região e uma maior concentração de gás carbônico no ar e na água. Em cenário pior, a temperatura média da Amazônia aumentaria 4,5ºC até o final do século.
Uma das preocupações é com a possiblidade de que o desenvolvimento dos animais seja afetado pela alta da temperatura e da concentração de gás carbônico na água. Em um ambiente controlado, chamado de microcosmo, peixes, plantas e até insetos são submetidos às duas condições previstas para o final do século.
A engenheira de pesca Alzira Oliveira percebeu mudanças nos tambaquis, um dos peixes mais populares da região. “Nós observamos que os cenários climáticos alteraram o crescimento do tambaqui. A medida em que eles foram submetidos aos cenários, eles foram diminuindo o crescimento", explica.
Há espécies que podem sofrer ainda mais os impactos do aquecimento global. Dois peixinhos brilhantes são naturais de rios da região e muito apreciados por aquaristas: o cardinal e o neon. Durantes os testes, o cardinal teve um índice de mortalidade maior do que o neon nos dois ambientes alterados. “É importante que a gente avalie principalmente a conservação destas espécies, se elas vão sobreviver a um possível aumento de temperatura e CO2 e como isso pode afetar a economia da região", diz Luciana Lopes Fé, bióloga.
As previsões para a Amazônia indicam também que eventos extremos devem se tornar mais comuns, como grandes cheias e secas, por isso, é necessário saber também o que vai acontecer com animais e plantas nestas condições.
Os pesquisadores estão estudando mais de 300 espécies de peixes, insetos e plantas. As experiências começaram há três anos.
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