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Economia
Domingo - 23 de Março de 2014 às 19:38
Por: MARIANNA PERES

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Mais uma semana chegou ao fim, em Mato Grosso, sem que a semeadura do milho estivesse 100% concluída. Conforme levantamento divulgado na última sexta-feira, pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), dos 3,24 milhões de hectares projetados, 99% estavam cobertos com o cereal, até o dia 20. 

Se os trabalhos se encerrarem neste final de semana, o atraso no plantio vai ultrapassar em cerca de 10 dias o ritmo do ano passado, já que a finalização se deu no dia 14 de março, além da ‘janela ideal’, que fechou em 25 de fevereiro e que é o período mais favorável ao desenvolvimento das lavouras, por garantir chuvas na medida para a boa formação das espigas. 

Ainda conforme o levantamento do Imea, apenas as regiões norte e nordeste haviam concluído o plantio. As demais estavam e cerca de 98%. A grande preocupação do segmento com a extensão da semeadura é com relação ao clima, já que podem faltar chuvas de março em diante, de acordo com o histórico pluviométrico de Mato Grosso. 

Na última semana anterior, a semeadura do milho avançou 6,16 pontos percentuais (p.p.), fechando a primeira quinzena de março com 97,7% da área prevista em Mato Grosso semeada. Da semana passada para essa o ritmo evoluiu muito pouco, mas o Imea acredita na cobertura dos 3,24 milhões de hectares. “Os produtores correm contra o tempo para finalizar o quanto antes a área que resta, na tentativa de minimizar os riscos de perdas, haja vista que 25% da safrinha estadual 2014 está sendo semeada em março, ou seja, totalmente fora da ‘janela’”. 

Mas a perspectiva de uma oferta menor pode contribuir para o ganho em reais por cada saca. Como frisam os analistas, “o atraso no campo já está sendo sentido no preço do cereal”. Na semana retrasada, por exemplo – esses dados serão atualizados na próxima segunda-feira, dia 24 - o milho encerrou com média de R$ 18,73 a saca no Estado, com avanço semanal de 5%. “Com o atraso da semeadura sendo sentido de forma acentuada desde o final de fevereiro, os possíveis riscos com a safra vêm gerando alta na cotação do grão no mercado interno, que no final de fevereiro estava próxima a R$ 16/sc”. 

OUTUNO CHUVOSO - O outono, que começou nesta quinta-feira, deverá ser mais chuvoso que o normal no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, beneficiando a segunda safra de milho e culturas como algodão, café e laranja, mas trazendo problemas à cana-de-açúcar, disse o agrometeorologista Marco Antônio Santos, da Somar. 

"Essa nova estação irá ter como característica a continuidade do período chuvoso no Brasil. As chuvas não deverão 'cortar' cedo este ano, pelo contrário, deverão se prolongar ao longo da estação". 

Os maiores volumes deverão ser observados durante a primeira quinzena de abril. No período posterior, as previsões indicam apenas possibilidades de pancadas de chuvas. 

Estados como Paraná e Mato Grosso estão terminando de plantar a segunda safra de milho, estimada em quase 44 milhões de toneladas pelo Ministério da Agricultura. 

CANA - Ainda no Sudeste, as chuvas podem prejudicar o andamento da safra da cana, que já começou a ser colhida em algumas áreas que anteciparam a moagem da temporada 2014/15, com início oficialmente previsto em abril. 

As usinas precisam de tempo seco para realizar o trabalho de colheita e moagem. 

Para o café, há sempre a preocupação de chuvas no momento da colheita, mas Santos não acredita em grandes problemas este ano. "Para atrapalhar o café, as chuvas deveriam ocorrer no inverno, não no outono", disse. 

Em 2012, lembra o especialista, houve perda de qualidade nos grãos de café, por excesso de chuvas em maio e junho. 

No Sul do país, no entanto, há risco de "fortes ondas de frio", disse Santos. "Os modelos climatológicos já sinalizam a possibilidade da entrada de uma massa de ar polar de forte intensidade na segunda quinzena de maio". 

Embora seja cedo para garantir a ocorrência de geadas, há um risco maior este ano, principalmente no Rio Grande do Sul, Paraná e para o Mato Grosso do Sul, disse o agrometeorologista. 

Na região agrícola chamada de "Mapitoba" (Maranhão, Piauí, Tocantins e oeste da Bahia), as chuvas deverão ocorrer até meados de abril e até mesmo podendo ocorrer alguma ou outra pancada de chuva isolada em maio. (Com Reuters)





Fonte: Da Editoria

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