João Emanuel é preso acusado de 5 crimes Ex-presidente da Câmara de Cuiabá é acusado pelo Ministério Público de chefiar quadrilha. Vereador era investigado desde o fim do ano passado
O ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD), foi preso na manhã desta quarta-feira (26), acusado de ser o chefe de uma organização criminosa. O pedido de prisão foi formulado pelo Ministério Público Estadual (MPE) em decorrência de um Processo de Investigação Criminal (PIC) conduzido pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
O PIC foi instaurado após a deflagração da operação Aprendiz, no final do ano passado, que desbaratou um esquema criminoso de desvio de dinheiro público por meio de fraude em licitações do Legislativo Municipal.
O social-democrata foi detido no início da manhã, quando trafegava pela Avenida Miguel Sutil, próximo a um supermercado. João Emanuel dirigia seu veículo quando foi abordado por policiais.
O parlamentar foi conduzido pelos agentes até o Instituto Médico Legal (IML), onde foi submetido a exame de corpo e delito. Posteriormente, foi levado à sede da Polinter (local em que ficam presos que possuem curso superior), onde deve permanecer até segunda ordem.
Esta é a segunda ação proposta pelo MP após a operação Aprendiz. Em dezembro passado, a Promotoria do Patrimônio Público propôs uma cível, na qual João Emanuel é acusado de improbidade administrativa.
Além do social-democrata, o Ministério Público solicitou a prisão preventiva de mais sete pessoas ligadas ao vereador. A juíza da Vara Especializada Contra o Crime Organizado, Selma Rosane Santos Arruda, no entanto, acatou apenas os pedidos contra três delas: Amarildo dos Santos, Marcelo de Almeida Ribeiro e André Luiz Guerra Santos.
Destes, apenas Amarildo, considerado o braço-direito do parlamentar, foi encontrado. Ele foi detido em um posto de gasolina na Capital e encaminhado para Penitenciária Central do Estado.
O pedido de prisão contra os outros dois continua em aberto. Existem suspeitas de que eles já sabiam que a operação seria deflagrada na manhã desta quarta-feira.
De acordo com o Gaeco, os réus compõem organização criminosa destinada à prática de crimes de falsidade, estelionato, corrupção passiva, grilagem de terras e adulteração de documentos de veículos.
Os outros denunciados são Mário Borges Junqueira, Érica Patrícia Cunha da Silva Rigotti, Pablo Noberto Dutra Caires e Evandro Vianna Stábile. Contra eles não foram expedidos mandados de prisão.
O que mais intrigou os promotores de Justiça foi o fato de o “bando” continuar atuando, mesmo após a deflagração da operação Aprendiz, inclusive em novas “modalidades”.
Conforme apuração, João Emanuel não praticava crimes apenas junto à Câmara de Cuiabá. Com a ajuda dos comparsas Marcelo Ribeiro e André Luis Guerra, aplicava também o conhecido “golpe do Finan”.
A denúncia pontua também que, mesmo tendo sido afastado da função de presidente da Casa de Leis, o vereador tentou atrapalhar a coleta de provas, bem como uniformizar os depoimentos de testemunhas.
As investigações contra o social-democrata devem continuar no MP. As suspeitas de desvio de dinheiro da Câmara de Cuiabá por meio da autorização de realização de serviços gráficos pela Gráfica Propel encontram-se em fase final de investigação e devem resultar em nova denúncia contra o parlamentar.
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