Comissão sinaliza que pode pedir a cassação de Emanuel Ricardo Saad tem até o dia 10 para expor voto; para ele, prisão não influencia em investigação
O relator da Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá, vereador Ricardo Saad (PSDB), afirmou que a prisão de João Emanuel (PSD) e a nova denúncia não interferem no relatório que ele está elaborando.
Saad poderá pedir a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro ou simplesmente sugerir o arquivamento do processo.
De acordo com o tucano, o julgamento pela Câmara será político, e não criminal.
“Estamos investigando a quebra de decoro parlamentar do João Emanuel, e a apuração já está quase finalizada. O que estou analisando e relatando é a denúncia da ONG Moral em cima do vídeo [que ele aparece chamando os outros vereadores de "artistas"]. Se eu fosse esperar a Justiça, teria que esperar ele ser condenado para fazer algo”, afirmou Saad.
Por outro lado, o presidente da comissão disse que a prisão e as novas denúncias podem pesar na decisão dos vereadores que estavam indecisos sobre a manutenção do mandato do colega preso.
O tucano ainda sinalizou que deve pedir a cassação de João Emanuel.
“A prisão não influencia o relatório, mas pode influenciar na votação, que será aberta. Eu penso no julgamento da população e no prejuízo para a imagem da Câmara, pois todo dia sai na imprensa uma notícia negativa”, disse.
O relatório de Saad deve ser votado em plenário no dia 10 de abril. Se for cassado, João Emanuel perderá o cargo imediatamente.
Quadrilha
A denúncia do Ministério Público do Estado (MPE) que resultou na prisão do vereador João Emanuel (PSD) afirma que o parlamentar era líder de uma quadrilha que cometia diversos crimes em Cuiabá.
Entre eles, crimes contra a administração pública, falsidade, estelionato, grilagem de terras, e adulteração de documentos de veículos.
O órgão ainda acusa o parlamentar de tentar atrapalhar o curso das investigações e, por isso, pediu a prisão dele.
De acordo com o MPE, a quadrilha teria como integrantes Amarildo dos Santos, Marcelo de Almeida Ribeiro, Mário Borges Junqueira, André Luiz Guerra Santos, e Érica Patrícia Cunha da Silva Rigotti.
Outros dois denunciados, Pablo Norberto Dutra Caires e Evandro Vianna Stábile, teriam participado do esquema que desencadeou a operação do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
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