Rondonópolis: PIB cresce e ferrovia gera empregos
A vinda de uma ferrovia traz mudanças para a vida das pessoas da região. Além dos produtores poderem escoar soja, milho e outros de modo mais seguro e barato, a cidade como um todo recebe o impacto. E Ivandro Paim, coordenador geral dos terminais da América Latina Logística (ALL), empresa que possui a concessão em MT, acredita que o maior impacto é econômico. “Por isso é dito que a ferrovia é o futuro e é o presente”, destaca.
Segundo Ivandro, em Rondonópolis além da oportunidade para a ALL de estabelecer o maior terminal ferroviário da América Latina, percebeu que a cidade se desenvolveu economicamente. “Tanto que a expectativa é que o PIB de Rondonópolis dobre nos próximos anos e que se torne o maior PIB do interior do Estado. Só a nossa empresa gerou 300 empregos diretos e mais 600 indiretos”, salienta.
O coordenador dos terminais viu na cidade a chegada de novas empresas nacionais, de grande porte, e acredita que isso foi também devido à vinda da ferrovia e do desenvolvimento que ela trouxe. “E virão outras. Porque hoje o terminal de Rondonópolis é um complexo intermodal. Ao seu redor serão instaladas empresas que atuam no setor. Hoje, por exemplo, ao lado já há uma de contêineres. Nos próximos três anos deve estar lotado”.
Percival Muniz (PPS), prefeito de Rondonópolis, não é tão otimista. Pelo menos não tendo como motivo apenas a vinda da ferrovia. Ele comenta que gostaria de dobrar o PIB, mas não acha que isso acontecerá em breve. Além disso, diz que as grandes empresas que se instalaram no município vieram porque elas ficam observando cidades em desenvolvimento e com mais de 150 mil habitantes, caso de Rondonópolis. “Não nego que ele (terminal) ajudou na onda de crescimento, é claro, e gerou muitas vagas de emprego, mas não condiciono uma coisa à outra”, pontua.
Aconteceu um movimento migratório moderado para a cidade, de acordo com o prefeito, mas que não foi muito refletido na economia. “Isso é bom e é ruim. Bom porque Rondonópolis cresce e ruim porque muitas das pessoas que vêm atrás de oportunidades não encontram o que buscavam”.
Para Percival, quem mais ganhou com a vinda da ferrovia até Rondonópolis foram as rodovias e o meio ambiente. Pontua que diminuiu a quantidade de caminhões na estrada, o que melhora o tráfego e a qualidade do asfalto e reduz consideravelmente a queima de diesel.
Por outro lado, ele reclama que terminal também serviu para congestionar as saídas da cidade, único caminho para a ALL. “Virou um caos”, conta. Não há contorno e nem desvio, assim as carretas passam por uma rodovia que atravessa o perímetro urbano de Rondonópolis causando transtornos, acidentes e atropelamentos diariamente. “Por isso eu luto tanto pela construção do Contorno Sul, que complementa o anel viário”, diz. Mesmo antes da inauguração do terminal, ele já trabalhava para essa obra, mas, segundo o gestor, foi só com o trem que chamou a atenção do ministério de Transportes e conseguiu uma promessa da presidente Dilma Rousseff (PT) de que o contorno seria feito. “Então, se olharmos por esse lado, foi bom”, acrescenta.
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