Obra da trincheira atinge apenas 55% Obra de mobilidade que fica em frente ao hotel credenciado para hospedar equipe da Fifa pode não sair em tempo para a Copa
A 71 dias da Copa do Mundo, apenas 55% das obras da Trincheira Santa Rosa, em Cuiabá, foram concluídas. “Há um grande risco de não termos a trincheira para a Copa”, reconheceu ontem o secretário-adjunto de Infraestrutura da Secopa, Alysson Sander, durante fiscalização da Comissão de Infraestrutura Urbana e Transportes (CIUT) da Assembleia Legislativa (AL) ao canteiro de obras.
Orçada em pouco mais de R$ 26 milhões, a trincheira terá 520 metros de extensão e faz parte de um convênio entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A trincheira foi idealizada com o objetivo de garantir maior fluidez no trânsito local. Também fica em frente ao hotel credenciado como estabelecimento oficial da Federação Internacional de Futebol (Fifa).
O principal motivo apontado para o atraso nos serviços são pendências no remanejamento de quatro adutoras por parte da CAB Cuiabá, concessionária de água e esgoto da capital. “Houve a necessidade de remanejar as adutoras e não foi respeitada a cota do pavimento da trincheira. A CAB impactou significativamente a obra”, afiançou.
Hoje, o planejamento é liberar as marginais (as pistas da Miguel Sutil sentido Verdão/Rodoviária e vice-versa), fazer a compactação e pavimentação. “Com isso, faltaria a parte arquitetônica da laje”, frisou Sander. A pista superior da trincheira (sentido Santa Rosa/Goiabeiras) já foi liberada para o trânsito.
Além de medidas administrativas, Sander informou que a Secopa encaminhou a questão para a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para medidas cabíveis como propor um mandado de obrigação de fazer.
Presidente da Comissão de Infraestrutura da AL, o deputado Sebastião Rezende (PR) comentou que pouca coisa mudou desde a última inspeção feita há seis meses no local. “Informação que temos é que a CAB Cuiabá fez um trabalho aqui e não foi eficaz e é em função disso que a obra está sem conclusão”, disse. “Se esse trabalho não for feito nós não temos nem como falar em previsão para entrega da trincheira”, acrescentou.
Segundo Rezende, a CAB foi convidada a participar da fiscalização, mas nenhum representante compareceu. Em nota, a concessionária informou que já repassou todas as informações técnicas necessárias sobre a trincheira Santa Rosa à Secopa. Garantiu ainda que executou as interferências (remanejamento das adutoras de água bruta) que passam pela trincheira citada, conforme projeto aprovado e recebido pela contratante (Secopa).
“Agora aguarda resposta do órgão estadual para execução da estrutura que resta pendente, que é uma caixa de proteção sobre as ventosas instaladas nas adutoras entre as ruas D e Engenheiro Álvaro Pinto de Oliveira”, informou.
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