Julier reafirma interesse no Paiáguas Ex-magistrado já teria apoio da cúpula nacional do PMDB. No Estado, no entanto, discurso ainda é o de que não há garantias de sua candidatura
Recém-filiado ao PMDB, o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva ressaltou sua intenção em disputar o governo do Estado na eleição deste ano. Ele se diz ciente, no entanto, de que a trajetória até uma candidatura não será fácil.
O ex-magistrado precisará, primeiro, ser defendido pelo PMDB dentro da base governista, formada atualmente por nove legendas - PMDB, PT, PR, PSD, PP, PCdoB, Pros, PRB e PSC – e que conta com, ao menos, outros quatro interessados em disputar o mesmo cargo: o vice-governador Chico Daltro (PSD), o ex-vereador Lúdio Cabral (PT), o empresário Eraí Maggi (PP) e o leiloeiro Maurício Tonhá (PR).
A prioridade deste grupo, todavia, conforme o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Romoaldo Júnior (PMDB), voltou a ser a tentativa de convencer o senador Blairo Maggi (PR) a disputar o cargo de chefe do Executivo estadual.
No que depender da cúpula nacional da sigla a qual Julier se filiou nesta quarta-feira (2), contudo, a candidatura dele já estaria garantida. O ex-juiz já teria conquistado prestígio entre os líderes peemedebistas de Brasília, tanto é que assinou a ficha de adesão na sede do diretório nacional do PMDB, na Capital Federal.
Em Mato Grosso, no entanto, mesmo entre os peemedebistas, o discurso ainda é o de que ele entra no partido sem garantias. Ainda assim, o ex-juiz já adota discurso eleitoral. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (3), elogiou ações do governo Silval Barbosa (PMDB), em especial as obras voltadas para a Copa do Mundo.
Julier citou, por exemplo, a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que, para ele, trará um desenvolvimento “grandioso” para Cuiabá.
A mesma empolgação pode ser observada quando ele se referiu aos programas do governo federal. O ex-magistrado, que quase se filiou ao PT, se candidato a governador, terá como missão oferecer palanque à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) em Mato Grosso.
ADVERSÁRIO – Julier já tem pronto até mesmo o discurso que deve adotar para se diferenciar do senador Pedro Taques (PDT), com quem deve concorrer ao comando do Palácio Paiaguás.
Oriundos do Judiciário – Julier da magistratura e Taques do Ministério Público – os dois pré-candidatos têm sido comparados e, para alguns políticos do Estado, tanto da base, quanto da oposição, devem dividir votos no pleito de outubro.
O ex-juiz, no entanto, adianta que, além do discurso de ética e moralidade na política, que já se tornou uma marca registrada de Taques, se voltará mais para o lado social.
Ele também aproveitou a oportunidade para “alfinetar” o pedetista que, em 2010, quando foi eleito ao cargo de senador, se manifestou contra os “mandatos trampolim”, ou seja, daqueles políticos que deixam um cargo para se candidatarem a outro.
Julier avaliou ser prejudicial à sociedade o fato de um político eleito deixar o cargo antes de concluir o tempo de mandato. Defendeu que o serviço público precisa ter uma continuidade.
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