“Sobrevivi a uma investigação que poucos enfrentariam" Julier diz que teve sigilos quebrados e nada foi provado, e negou que tenha favorerico empresa
O ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB) negou as suspeitas levantadas na Operação Ararath, de que ele teria favorecido a empresa Encomind Engenharia Comércio e Indústria Ltda., em decisões judiciais, e afirmou que todos os seus bens apreendidos pela Polícia Federal já foram devolvidos.
Ele destacou também sua atuação como juiz e sua reputação considerada combativa.
“Passei por uma investigação que duvido que grande parcela dos políticos sobreviveria. Tive sigilo bancário e fiscal quebrado, passei por busca e apreensão e me devolveram tudo. Fui juiz por 19 anos, então confio na Justiça e, obviamente, na minha honestidade. Diante de uma investigação, as autoridades têm que agir com naturalidade”, disse, em entrevista coletiva na quinta-feira (3).
"Passei por uma investigação que duvido que grande parcela dos políticos sobreviveria. Tive sigilo bancário e fiscal quebrado, passei por busca e apreensão, e me devolveram tudo"
“A minha história aqui no Estado é a história de combate ao crime organizado. Até agora, temos o comendador [João Arcanjo Ribeiro] que está preso em razão das sentenças que julguei. A história dá o testemunho sobre minhas ações. Alguém acredita que eu teria vendido sentença depois de mandar Arcanjo para a cadeia e gerir patrimônio de 2 bilhões de dólares?”, disparou o ex-magistrado.
A casa e o gabinete de Julier foram alvos de busca e apreensão na segunda etapa da Operação Ararath, em 25 de novembro de 2013.
Devolução
Em fevereiro deste ano, o desembargador Luciano Tolentino Amaral, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF/1), determinou que a Polícia Federal devolvesse de todos os documentos e dispositivos de mídias apreendidos de Julier.
A Operação Ararath foi deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2013, para investigar crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro por meio de factorings.
Mais de R$ 500 milhões teriam sido movimentados ilegalmente.
Os processos relacionados à investigação tramitam em três esferas: Justiça Federal, TRF e Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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