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Economia
Sábado - 05 de Abril de 2014 às 06:55

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 O diretor da Moody's, Mauro Leos, afirmou que a agência internacional de rating muito provavelmente não deverá alterar o rating e a perspectiva do Brasil em 2014 e no próximo ano. "Não vemos sinais de mudanças da perspectiva para o Brasil em 2015, mesmo que PIB cresça apenas 1%", destacou.

"Esta seria umataxa de expansão baixa do PIB, mas mais importante que os números são as políticas adotadas pelo futuro governo. Então, se aproxima administração adotar medidas adequadas na área fiscal e para aumentar o controle da infla-

ção, o crescimento pode diminuir, mas em função de ajustes favoráveis para a economia no médio e longo prazos."

"É improvável que tomemos decisão sobre perspectiva do Brasil em 2015", ponderou. "Estimamos que o crescimento neste ano ficará ao redor de 2%, com inflação próxima a 6%. E vemos que esse cenário de crescimento baixo e inflação alta deve ser mantido nos próximos dois ou três anos", disse, em entrevista coletiva em São Paulo.

A agência de rating estima

que o superávit primário deve atingir 1,8% do PIB neste ano. "Como não esperamos mudanças nessa conjuntura, não esperamos surpresas positivas nem negativas para a economia do País no curto prazo."

Revisão. Segundo Leos, há uma pequena possibilidade de que a perspectiva estável do Brasil seja revisada pela Moody's, um período após a implementação das diretrizes econômicas do governo que tomará posse em i.° de janeiro de 2015. Mas ele ressaltou que a administração federal a partir do ano que vem provavelmente terá de adotar medidas duras na área fiscal, afim de dar continuidade na política de combate à inflação.

"O crescimento de 2% para o Brasil é baixo. Mas pode ser que, com uma política de ajustes, essa expansão seja menor, de 1%. Contudo, nesse contexto a perspectiva estável seria o melhor indicador para tal desempenho da economia." Embora tenha citado que o País "não está bem no front macroeconômico", pois apresenta um patamar de expansão baixo para o seu potencial histórico, com inflação elevada, ele frisou que as condições externas do

Brasil não são piores do que as de outras nações emergentes.

De acordo com Leos, o próximo presidente da República terá de lidar com a questão da previsibilidade dos preços dos combustíveis. Segundo ele, hoje não há uma política clara de preços

da Petrobrás. A transparência na política de preços, segundo ele, "será importante para a decisão de rating", sem especificar se falava da nota da companhia ou do Brasil. "Hoje não há política clara sobre os preços da Petrobrás."

Em relação à política monetária, Mauro Leos disse que é possível que o juro real no Brasil volte ao patamar entre 3% e 4% no médio prazo, depois de 2015. Dessa forma, o juro nominal poderia tender para o patamar de 10% nesse período. "Não descartamos que a Selic poderá ir para 10% no médio prazo."

"A taxa de juro real de 4% pode ser alcançada depois de 2015", acrescentou Leos. Ele ressaltou, no entanto, que essa não é uma projeção para os juros no Brasil. Segundo ele, há uma tendência de queda no longo prazo e de convergência a padrões internacionais, o que levaria o juro para um nível mais baixo à frente. Em relação ao atual ciclo de alta da taxa Selic, ele disse que a "mensagem do BC é que está perto 0 fim do ciclo de aperto monetário".





Fonte: O Estado de S. Paulo

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