Distribuidoras poderão precisar de empréstimo maior para cobrir gastos
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse hoje (7) que o valor do empréstimo que as distribuidoras terão de fazer no mercado para cobrir gastos extras com o uso de termelétricas e com a compra de energia no mercado livre poderá ser maior que os R$ 8 bilhões previstos pelo governo. Isso porque um decreto publicado na semana passada definiu que parte dos recursos que serão repassados pelo Tesouro para ajudar as distribuidoras será direcionada para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
“O Tesouro direcionou R$ 2,8 bilhões para a CDE, o que sinaliza que teremos de aumentar o valor da captação, ou, eventualmente, o Tesouro fazer um novo aporte, mas o Tesouro não sinalizou, em momento algum, um novo aporte. Então, o valor da captação pode ter de ser um pouco maior. Agora, quanto será, isso será apurado ao longo do ano”, explicou Rufino.
Segundo ele, o valor total do empréstimo vai depender também do resultado do leilão de energia do próximo dia 30 e da variação do preço da energia que as distribuidoras pagam no mercado livre e do volume de energia das termelétricas que for usado. “Depende do quanto o leilão conseguirá mitigar da exposição – quando se consegue contratar mais, a exposição diminui”, disse Rufino.
A contratação de um financiamento de R$ 8 bilhões por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica para que as distribuidoras paguem suas dívidas com as geradoras de energia faz parte de um pacote de ajuda ao setor, anunciado em março. Esse financiamento será pago com os recursos arrecadados pelas distribuidoras por meio do aumento das tarifas, a partir do ano que vem. Também foi anunciado um aporte adicional do Tesouro de R$ 4 bilhões na CDE, além dos R$ 9 bilhões já previstos.
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