Juiz envolvido em escândalo da maçonaria será julgado no STF
O Superior Tribunal de Justiça acatou pedido do juiz aposentado compulsoriamente em 2010 Marcos Aurélio dos Reis Ferreira e remeteu ação penal que tramita contra ele ao Supremo Tribunal Federal, a fim de reverter decisão do CNJ que o afastou da cadeira. O parecer foi do vice-presidente do STJ Gilson Dipp, em 28 de março. O juiz não queria que seu caso fosse julgado pela primeira instância, como o STJ havia determinado.
Marcos Aurélio é um dos sete juízes e três desembargadores mato-grossenses envolvidos em suposto desvio de verbas e materiais de construção do Fórum de Cuiabá, além de favorecimento de licitação e tráfico de influência, maior parte em favor da maçonaria. A irregularidade teria causado rombo de R$ 1,5 milhão aos cofres do tribunal.
O juiz aposentado é filho do desembargador também aposentado e envolvido no esquema José Ferreira Leite. Este último era Grão-Mestre da entidade maçônica em 2003, período em que também era o presidente do TJ. Naquele ano, a maçonaria montou uma cooperativa de crédito em parceria com a Cooperativa de Crédito Rural do Pantanal Sicoob Pantanal, mas ela quebrou em novembro de 2004, quando teria surgido o esquema. Os créditos eram concedidos aos juízes, que os repassavam à Grande Oriente.
Foram condenados o ex-presidente do Tribunal de Justiça, José Ferreira Leite, os desembargadores José Tadeu Cury e Mariano Travassos, e os juízes Marcelo Souza de Barros, Irênio Lima Fernandes, Antônio Horácio da Silva Neto, ex-presidente da Associação de Magistrados do Estado (Amam-MT), Marcos Aurélio dos Reis Ferreira,Juanita Cruz Clait Duarte (filha do ex-presidente do TJ desembargador Wandir Clait Duarte - já falecido), Maria Cristina de Oliveira Simões e Graciema Caravellas. Eles foram denunciados em 2008 pelo hoje presidente do TJ Orlando Perri.
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