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Economia
Terça - 08 de Abril de 2014 às 09:08

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As despesas do Estado com pagamento da folha salarial dos servidores públicos, estimadas para o exercício de 2014 em R$ 7,2 bilhões, somadas ao déficit previdenciário de Mato Grosso, de R$ 339 milhões/ano, consumirão “toda a arrecadação própria do governo”, sendo o ICMS a maior fonte de arrecadação de receita própria do caixa público. O alerta é do secretário de Estado de Fazenda, Marcel de Cursi. “O aumento da despesa com pessoal concorre com a capacidade de investimento e gastos sociais e de infraestrutura. Penso que é falsa a ideia da Lei de Responsabilidade Fiscal de que o Estado que limita a despesa de pessoal a 60% do orçamento está redondo. Não é verdade”, assevera Marcel.

As ponderações do gestor apontam para um panorama de reanálise sobre regras e percentuais estabelecidos em lei, que aplicados na esfera pública, não refletem os resultados esperados. “Os níveis de despesa tolerados pela LRF são incapacitantes do investimento social e de infraestrutura, pois 60% de despesa de pessoal paralisa o desenvolvimento destas áreas”, assinala.

Estudos da Sefaz apontam que, enquanto as receitas próprias variaram em média 14% nominal ao ano na última década, a despesa de pessoal variou nominalmente 19% ao ano, tendo a despesa global ultrapassado a receita própria em 22% no atual exercício. “Isso quer dizer que para investir é preciso cortar despesas ou contrair empréstimos. Reitero que estamos em equilíbrio neste momento, mas o problema de despesa de pessoal e déficit previdenciário serão fatores importantes a serem solucionados pelas próximas administrações.

Desde que assumiu o governo, em 2010, o governo Silval Barbosa lançou anualmente o “contingenciamento” de recursos. Contingenciar é mesmo que “reter ou não liberar a verba pública”, uma espécie de reserva no caixa público. Esse mecanismo, pela primeira vez na gestão Barbosa, não será utilizado em 2014. Mas também é preciso lembrar que o Orçamento Geral do Estado (OGE) validado para o atual exercício, de R$ 13,345 bilhões, foi aprovado sob protesto de deputados na Assembleia Legislativa, a respeito de uma peça orçamentária possivelmente subestimada. Em 2013, o OGE foi estimado em R$ 12,8 bilhões.

O aumento das despesas do governo e a necessidade de enxugamento da máquina pública são cobrados por parlamentares como José Riva (PSD). Ele é autor do projeto da Lei da Eficiência Pública (LEP), que entre os principais itens prevê impedimento de despesas com folha de pessoal acima do crescimento da arrecadação própria do Estado.





Fonte: A Gazeta

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