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Polícia Brasil
Sexta - 11 de Abril de 2014 às 16:29

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A assessoria da Polícia Federal (PF) divulgou nota oficial nesta sexta-feira (11) para informar que "não foi necessário" cumprir os mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal do Paraná na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, que autorizavam o recolhimento de documentos da estatal do petróleo.

De acordo com a PF, "houve colaboração" da presidência da estatal, que entregou para apreensão os documentos que podem auxiliar na apuração pela Operação Lava Jato de esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões.

A Justiça Federal no Paraná expediu mandados de intimação prévia para que a Petrobrás apresentasse documentos. Como houve colaboração, não foi necessário o cumprimento de mandados de busca e apreensão para o êxito na obtenção desses papéis."

Nota da Polícia Federal

Também em nota oficial, a Petrobras relatou que um delegado e três agentes da Polícia Federal foram recebidos pela presidente da empresa, Maria das Graças Foster, em uma sala de reunião.

Imediatamente, informou o comunicado, Graça Foster acionou a Gerência Jurídica da estatal para que fossem tomadas todas as providências necessárias para que fosse cumprida a ordem judicial.

"A Petrobras recebeu hoje (11/4) e cumpriu imediatamente Ordem Judicial para entregar documentação referente a uma específica contratação", diz o comunicado.

Ao todo, nesta sexta, a PF executou 23 mandados de prisão e busca de documentos nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Conforme o órgão policial, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária, seis de condução coercitiva (quando o suspeito é levado a depor), e 15 de busca e apreensão de documentos nas capitais paulista e fluminense, em Campinas (SP), Macaé (RJ) e Niterói (RJ).

Foram executados mandados também na empresa Ecogloboal Ambiental, em Macaé. A polícia investiga um contrato da empresa com a Petrobras, no valor de R$ 443 milhões, que foi assinado em 2013.

Lava Jato

A Operação Lava Jato foi deflagrada em 17 de março. Na ocasião, a PF executou mandados em Curitiba e outras 16 cidades do Paraná, além de cidades de outros seis estados.

O esquema, segundo a polícia, envolve personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil. Um dos líderes da organização criminosa, de acordo com a polícia, é o doleiro Alberto Youssef, preso no dia em que foi deflagrada a operação.

No dia 20 de março, a operação Lava Jato prendeu também o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A polícia investiga as ligações de Costa com o doleiro Youssef. 

Segundo a PF, quando foi preso, no Rio, Costa estava tentando destruir material que pode ser usado como provas nas investigações. 

Carro de luxo

Nesta semana, o Jornal Nacional revelou trecho de depoimento de Costa à Polícia Federal. À PF, o ex-diretor disse que recebeu um carro de luxo do doleiro Alberto Youssef em pagamento por um serviço de consultoria prestado, segundo ele, depois de ter deixado a estatal.

Documentos em posse da Polícia Federal mostram também que Paulo Roberto Costa pode ter recebido depósitos milionários do doleiro na conta de uma de suas empresas, a Costa Global. Um desses documentos é uma planilha de valores que, segundo a Polícia Federal, seria uma contabilidade manual da empresa. São valores em reais, dólar e euro recebidos entre novembro de 2012 e março de 2013.

André Vargas

As investigações apontam também para ligações de Youssef com o deputado federal André Vargas (PT-PR).

Segundo reportagem da revista "Veja", as investigações da polícia revelam que Vargas atuou com Youssef para conseguir um contrato de uma empresa de fachada com o Ministério da Saúde. O deputado, que responde a processo de cassação no Conselho de Ética na Câmara, nega as irregularidades.

Além disso, Vargas admitiu que, em janeiro, viajou e, jatinho emprestado por Youssef. O deputado diz que não sabia das ações ilícitas do doleiro e que o conhecia há mais de 20 anos, da cidade de Londrina.

Veja abaixo a íntegra das notas da Polícia Federal e da Petrobras:

Nota à Imprensa - Operação Lava Jato

Brasília/DF – Em referência aos mandados cumpridos hoje, 11/4, no contexto da Operação Lava Jato, a Polícia Federal informa:

1 – A Justiça Federal no Paraná expediu mandados de intimação prévia para que a Petrobrás apresentasse documentos. Como houve colaboração, não foi necessário o cumprimento de mandados de busca e apreensão para o êxito na obtenção desses papéis;

2 – A Presidência da Petrobrás colaborou com os policiais federais apresentando os documentos, que foram apreendidos e contribuirão para a continuidade das investigações.

Comunicado à Imprensa

A Petrobras recebeu hoje (11/4) e cumpriu imediatamente Ordem Judicial para entregar documentação referente a uma específica contratação.

A Ordem Judicial foi expedida pela Seção Judiciária do Estado do Paraná.

Um delegado e três agentes da Polícia Federal foram recebidos pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, em uma sala de reunião. Imediatamente, a presidente acionou a Gerência Jurídica da companhia para tomar todas as providências, com vistas ao cumprimento da Ordem Judicial.





Fonte: Do G1

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