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Saúde
Quarta - 16 de Abril de 2014 às 08:57
Por: ALECY ALVES

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De alto custo, o Bosentana 122mg é indispensável para controlar doença rara e sem cura
De alto custo, o Bosentana 122mg é indispensável para controlar doença rara e sem cura

Em Cuiabá e outros municípios mato-grossenses, pacientes portadores de uma doença pulmonar grave, rara e sem cura, mas que pode ser controlada, correm riscos de morte pela falta de um medicamento que deveria ser fornecido pela farmácia pública de alto custo, o Bosentana 125mg. 

Portadora de Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) desde 2011, dona Francisca Oliveira, de 48 anos, depende dessa medicação para sobreviver. Mesmo assim, há meses ela está sem o remédio e não tem nenhuma previsão sobre quando passará a recebê-la no Sistema Único de Saúde(SUS). 

Na última vez que fez uso da medicação, dona Francisca dividia cada comprimido em duas doses, uma medida adotada por iniciativa própria, contrariando as recomendações médicas. 

Situação similar enfrenta dona Ivonilda Nunes de Jesus, 49 anos, que recebeu o diagnóstico de HAP há quatro anos. Ivonilda conta que por falta do remédio já apresentou três crises, nas quais precisou ser internada emergencialmente. 

A Bosentana foi incluída na lista de medicamentos de fornecimento obrigatório do SUS ano passado, através da portaria nº 53. Meses depois, inclusa no Protocolo Clínico das Diretrizes Terapêuticas da Hipertensão Arterial Pulmonar através da portaria nº 35, do Ministério da Saúde. 

No Brasil, a estimativa é que essa é uma doença que atinge 10 mil pacientes. Não há dados específicos sobre Mato Grosso. Se não tratada com os recursos adequados e sem o medicamento, a HAP leva o portador à morte rapidamente. 

Os sintomas muitas vezes são leves e comuns a outras enfermidades, como falta de ar, tontura, cansaço, sensação de aperto torácico, capacidade de exercício limitada e fadiga. Conforme a HAP se desenvolve, o fluxo sanguíneo pelas artérias pulmonares é restringido. O lado direito do coração é submetido à tensão crescente para bombear o sangue até os pulmões, e isso faz com que aumente de tamanho. 

A pneumologista Solange Montanha, o Bosentana é um vasodilatador que controla a pressão da artéria pulmonar, sem o qual o paciente não pode ficar. “O uso contínuo é obrigatório para se preservar a vida dessas pessoas”, apela. 

A especialista observa que tratar os pacientes em casa com esse medicamento é muito mais barato para a saúde pública. As internações, que se tornam frequentes quando estão sem o remédio, com certeza gera maus custos, completa. 

A Secretaria Estadual de Saúde(SES) informou que concluiu o processo de aquisição, mas a empresa fornecedora não dispõe do medicamento para pronta entrega. Por causa disso, segundo a assessoria de imprensa da SES, o Bosentana deve demorar pelo menos duas semanas para chegar.





Fonte: Do Diário de Cuiabá

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