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Economia
Quarta - 30 de Abril de 2014 às 22:42

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O governo federal classificou o resultado do leilão de energia imediata como um “sucesso” e “acima das expectativas”, e afirmou que o total contratado atende 85,25% da necessidade das distribuidoras para o período até o final do ano.

O leilão desta quarta-feira (30) terminou com a contratação de 2.046 megawatts médios, em transações que somaram R$ 27,28 bilhões, o equivalente a 64% do nível de descontratação do início do ano. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), as distribuidoras de energia iniciaram o ano com a descontratação (necessidade de compra no mercado à vista) de 3.200 megawatts médios no mercado à vista.

Embora a energia contratada represente 64% do nível de exposição (a energia que "falta" e que as distribuidoras vêm comprando no mercado à vista) até então informado pelas autoridades, o ministério e Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), anunciaram nesta quarta, após o resultado do leilão, que o nível de exposição das distribuidoras para a janela entre maio e dezembro foi revisto pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) para 2.400 megawatts médios.

Segundo o governo, com o leilão desta quarta, o nível de exposição das distribuidoras será “residual”, em razão do resultado do leilão e da entrada de operação de novas usinas.

“Esta contratação de 2.046 megawatts médios significa que o nível de exposição está caindo para 350 megawatts médios”, comemorou o secretário-executivo do MME, Márcio Zimmermann, acrescentando que o resultado, juntamente com o empréstimo bancário bilionário, permitirá uma “tendência de normalização rápida” no setor elétrico.

Leilão representa reajuste menor para o consumidor, diz Aneel

A Aneel destacou, porém, que o resultado do leilão garante para 2015 um reajuste da conta de luz menor do que a alta que seria repassada caso as distribuidoras continuassem tendo que contratar o atual nível de energia no mercado à vista.

“No global, o reajuste será menor”, disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Donizete Rufino, lembrando que outras variáveis entram no cálculo do reajuste de energia. “O benefício para o consumidor é que a energia que estava sendo contratada por mais de R$ 800 foi contratada agora por R$ 268”, completou.

Empréstimo às distribuidoras

A Aneel avaliou que com a nova contratação de energia, o empréstimo às distribuidoras, atualmente estimado em R$ 11,2 bilhões, tende a ser suficiente para compensar o gasto extra das distribuidoras no mercado à vista em 2014. O valor financiamento será repassado para as contas de luz a partir de 2015.

Em meados de março o governo anunciou um plano para socorrer as distribuidoras, que alegam não ter dinheiro para fazer frente ao aumento de custos provocado pela estiagem. O leilão e um empréstimo bancário bilionário fazem parte dele do plano.

Com relação ao impacto do leilão nos reajustes de energia do próximo ano, os representantes do governo disseram que, embora o leilão contribua para reduzir os repasses, ainda não é possível fazer estimativas.

“O custo da energia para o ano que vem não dá para colocar esta previsão hoje”, disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Donizete Rufino.

“O consumidor vai pagar muito menos do que pagaria se não fosse contratada esta energia”, acrescentou Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Energia de Empresa Energética), lembrando que atualmente as distribuidoras compram energia no mercado à vista, ao preço de até R$ 822,83 por MWh.

Resultado acima da expectativa

O preço médio pago pelas distribuidoras por megawatt ficou em R$ 268,33 no leilão desta quarta. Ao todo, 20 agentes venderam energia, sendo que a fonte hídrica predominou, com 15 hidrelétricas, seguida de quatro térmicas movidas a gás natural da Petrobras e uma biomassa da “São Borja”, informou a Aneel.

Petrobras e empresas do grupo Eletrobras apareceram entre as principais vendedoras de energia existente no leilão. O resultado completo do leilão pode ser conferido na página da CCEE.

Não havia expectativa de que o leilão conseguisse atender toda a demanda das distribuidoras, justamente pela possibilidade de as geradoras lucrarem mais com a venda de energia mais cara no curto prazo. Mas algumas empresas elétricas optaram por assegurar um fluxo de caixa estável no longo prazo com a colocação de energia no certame, o que contribuiu para que o resultado ficasse acima das expectativas do governo.

Na véspera, Zimmermann disse que a contratação de até 1.600 megawatts médios já representaria um sucesso, uma vez que já reduziria praticamente à metade a atual descontratação.

Em nota, a Abradee afirmou que o resultado supriu "parte significativa das necessidades de contratação de energia elétrica" das distribuidoras, trazendo "benefícios imediatos na mitigação dos gastos adicionais" com aquisição de energia, para o ano de 2014. "Isso significa menos impacto nas tarifas, no futuro", destacou a entidade.





Fonte: G1

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