Silval diz não temer investigação do Gaeco em secretaria Govenador evitar comentar, porém, sobre a situação da ex-secretária e primeira-dama Roseli Barbosa
O governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou, em entrevista ao MidiaNews, que está “muito tranquilo” em relação à "Operação Arqueiro", deflagrada na última terça-feira (29) pelo Grupo Especial de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE).
A operação teve como alvo a Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas) – pasta que, até 28 de fevereiro deste ano, foi comandada pela primeira-dama Roseli Barbosa.
O MPE investiga supostas fraudes em convênios e dispensas de licitação para realização de cursos profissionalizantes, como o “Qualifica Mato Grosso” e “Copa em Ação”, ocorridos durante a gestão da ex-secretária.
“Eu acho que o Ministério Público fez o papel dele, mas o órgão já havia requisitado tudo o que foi buscar. Se estava faltando complementar, era só nos pedir. Nunca negamos informações. Estamos muito tranquilos em relação a isso”, afirmou o governador, durante o Tour da Taça, na Arena Pantanal, na sexta-feira (2).
"Eu acho que o Ministério Público fez o papel dele, mas ele já havia requisitado tudo o que foi buscar. Se estava faltando complementar, era só nos pedir. Nunca negamos informações" Silval evitou, porém, comentar sobre como fica a situação da primeira-dama diante da operação.
A operação
Desde a última quarta-feira (30), os promotores responsáveis pela condução da operação analisam centenas de documentos e arquivos de computadores que foram apreendidos na Setas, após seis horas de buscas, e também ouvem testemunhas ligadas ao caso.
As investigações são feitas em conjunto com o Núcleo de Ações de Competência Originária da Procuradoria Geral de Justiça (Naco).
As investigações giram em torno de contratos firmados com três institutos – Instituto de Desenvolvimento Humano (IDH), Concluir e Microlins – e o Gaeco tenta confirmar, ou não, a suspeita de que todas as empresas são de propriedade do empresário Paulo Lemes, proprietário das franquias da Microlins em Mato Grosso.
Ao MidiaNews, uma fonte do Gaeco afirmou que a investigação irá comprovar se o único crime cometido pelo grupo foi o de falsidade ideológica, com o propósito de vencer as licitações sem risco de concorrência, ou se também houve peculato (desvio de dinheiro público).
Segundo o Gaeco, os institutos receberam quase R$ 20 milhões para a execução de cursos profissionalizantes e o esquema envolveria, ao todo, nove pessoas – inclusive, servidores da pasta.
As investigações do Gaeco tiveram início após a divulgação de erros grotescos em apostilas distribuídas em um curso de Atendente de Hotelaria e Turismo do programa “Qualifica Mato Grosso”, oferecido no Município de Santo Antônio do Leverger (27 km ao Sul de Cuiabá), por meio da Setas.
A primeira-dama Roseli Barbosa, que comandou a Setas até o final de fevereiro passado As apostilas, onde o resgate histórico sobre a criação de municípios de Mato Grosso foi distorcido, teriam sido montadas por uma pessoa que possuía apenas o Ensino Médio completo e que teria copiado todo o conteúdo de páginas da internet – entre elas, o site “Desciclopédia”, uma sátira do site “Wikipedia”.
Em seu depoimento, ela confessou ter recebido R$ 6 mil para realizar o serviço.
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