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Internacional
Segunda - 05 de Maio de 2014 às 02:32

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Vadim Ghirda/AP Photo
Manifestante pró-Ucrânia queima bandeira russa em Odessa, onde houve mortes em incêndio
Manifestante pró-Ucrânia queima bandeira russa em Odessa, onde houve mortes em incêndio

O exército ucraniano bloqueou a principal estrada de acesso a Slaviansk e cercou a cidade, que é reduto de separatistas pró-Rússia, segundo um porta-voz dos separatistas.

A ofensiva na área de Donetsk, capital da região, ocorre a uma semana de um referendo para a criação de uma república autônoma, no dia 11 de maio, próximo domingo. Possivelmente, as ações do governo ucraniano têm o objetivo de impedir a realização da votação.

Em Odessa, cidade em que mais de 40 pessoas morreram na sexta, manifestantes pró-Ucrânia, alguns armados com cassetetes, reuniram-se neste domingo à e marcharam até a sede regional da polícia, defendendo a união do país.

Há expectativa que a cidade de Kramatorsk, a cerca de 40 quilômetros ao sul de Slaviansk e que tem quase 60 mil habitantes, poderia ser o próximo alvo da "operação antiterrorista" lançada pelas autoridades de Kiev.

Segundo a agência EFE, no entanto, a ofensiva das tropas ucranianas sobre Slaviansk e Kramatorsk, teria sido suspensa neste domingo (4). No entanto, o governo da Ucrânia não teria descartado a possibilidade de ações militares em outras cidades.

De acordo com o jornal inglês "The Guardian", bloqueios anteriormente ocupados por separatistas são agora restos de pneus e madeiras queimados pelo exército ucraniano. Em muitos lugares, os separatistas estão reconstruindo seus postos de controle, em uma disputa por território.

Ofensiva ucraniana

Na noite de sábado, as forças governamentais ucranianas tinham atacado instalações de TV de Konstantínovka, deixando quatro milicianos feridos, segundo um médico do hospital local.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov disse ao secretário de estado norte-americano John Kerry que os Estados Unidos devem usar de sua influência para impedir o governo ucraniano de continuar operações militares no sudeste da Ucrânia, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores russo, no sábado.

Neste domingo, o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, responsabilizou a polícia pelos fatos trágicos da última sexta-feira, e viajou em direção a Odessa. "Se os órgãos de segurança funcionassem, então esses terroristas deveriam ter sido neutralizados", disse Yatseniuk, que encarregou a procuradoria de "encontrar todos os líderes e organizadores" dos distúrbios.

Ativistas pró-Rússia caminham para o prédio do governo do estado, em Donetsk, região separatista da Ucrânia. (Foto: ALEXANDER KHUDOTEPLY / AFP)

Ativistas pró-Rússia caminham para o prédio do governo do estado, em Donetsk, região separatista da Ucrânia. (Foto: ALEXANDER KHUDOTEPLY / AFP)

Mais de 40 pró-russos morreram em um incêndio ocorrido na sexta-feira na cidade de Odessa. A maioria das vítimas eram separatistas pró-russos que morreram em um incêndio após se isolarem com barricadas dentro de um edifício onde funciona a sede de um sindicato.

Em meio ao conflito, os líderes da autoproclamada República Popular de Donetsk, capital da região pró-Rússia, continuam os preparativos para o referendo convocado para o próximo dia 11. "O senhor apoia a ata de autonomia estatal da República Popular de Donetsk?", diz a pergunta da consulta, declarada ilegal pelas autoridades de Kiev.

Mesmo com o impedimento, o centro de imprensa dos pró-russos já credenciou cerca de 200 jornalistas. "Começamos a credenciar os jornalistas na sexta-feira, a fim de facilitar o trabalho da imprensa", explicou a coordenadora do escritório de imprensa da República Popular de Donetsk, Klavdia Kulbatskaya, na sede do governo regional, tomado há um mês pelos ativistas pró-russos.

Mortes em Odessa

A notícia de que a polícia ucraniana libertou 67 pessoas detidas nos distúrbios da última sexta-feira em Odessa, nos quais cerca de 50 pessoas morreram, foi recebida com gritos de alegria por pessoas que estavam junto à sede governamental, transformada no quartel-general dos ativistas.

A procuradoria regional de Odessa decidiu pôr em liberdade os participantes das desordens "por exigência dos manifestantes", segundo um comunicado policial.

Os pró-russos libertados foram recebidos por familiares, amigos e simpatizantes concentrados no pátio interior do edifício aos gritos de: "Odessa, cidade russa!". Entre os libertados também estariam partidários da integridade territorial da Ucrânia.

Centenas de manifestantes chegaram à delegacia após marchar pelas ruas da cidade. Após confrontos, houve um incêndio que resultou na morte de 40 pessoas, em sua maioria pró-russos partidários da federalização da Ucrânia, na última sexta-feira.

Dezenas de milhares de moradores de Odessa foram neste domingo às igrejas da região para prestar homenagem aos mortos, enquanto os simpatizantes depositaram ramos de flores em frente à Casa dos Sindicatos.

A Ucrânia declarou no sábado e no domingo jornadas de luto nacional pela tragédia de Odessa, na qual a maioria dos mortos no incêndio eram pró-russos que tinham tomado o edifício para fugir de radicais ucranianos.

Os pró-russos acusam os radicais ucranianos de incendiar o edifício ao lançar coquetéis molotov e outros artefatos explosivos caseiros, enquanto a polícia assegura que os pró-russos também atiraram objetos e dispararam contra a multidão.





Fonte: Do G1

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