Operários da Arena são remanejados para VLT ou voltam ao desemprego
Desde 2010, quando iniciaram as obras da Arena Pantanal, cerca de 5.210 trabalhadores passaram pelas atividades no local. Deste total, 355 integraram três projetos sociais, sendo 235 haitianos, 73 reeducandos do sistema prisional do Estado e 47 egressos do trabalho escravo. Segundo a Secopa, todos participaram de programas de alfabetização e profissionalização, oferecidos pelo Governo. O que chama a atenção é que após o término da obra, muitos voltaram para o país e Estado de origem, alguns foram dispensados ou ingressaram em outras obras. Como ocorreu com o projeto do Consórcio VLT Cuiabá/Várzea Grande, que aproveitou alguns trabalhadores da Arena.
Hoje, a empresa emprega 2,5 mil funcionários, sendo 1.750 próprios e aproximadamente 750 de empresas terceirizadas. Em abril, o Consórcio VLT começou a receber e contratar trabalhadores vindos de outras obras, inclusive, os que atuaram na construção do estádio. Conforme a assessoria do Consórcio, as empresas têm a tradição de recontratar os operários que tiveram bom desempenho durante a execução das obras e reinserir em outros projetos, quando há demanda.
Apesar da “preocupação” com os demais trabalhadores, hoje nas obras do VLT não há registro de funcionários reeducandos. Segundo o analista político, Valdecir Calazans, o país precisa ter políticas públicas para reintegrar este público, uma vez que se tivesse a colaboração das próprias empresas para dar continuidade nos trabalhos, evitaria a reincidência dos reeducandos. “Não pode começar um trabalho com este pessoal e depois que acaba, eles voltarem para a prisão. Tem que haver uma forma de alocá-los em outro lugar e incentivar as empresas a dar continuidade”.
O analista avalia que o Brasil está atrasado quanto a isso, em relação a outros países, tendo em vista que para que haja a total recuperação, a inserção dos reeducandos em projetos como este da Copa, é de suma importância. Calazans ressalta que se para um cidadão comum há dificuldade em arrumar emprego, para um reeducando o problema aumenta. “Tem que mudar a lei e estimular os empresários a continuar as atividades com este público. Essa é uma forma interessante de reintegração na sociedade”, conclui.
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