Líderes poupam Taques e miram Mauro Mendes
O prefeito Mauro Mendes (PSB) tem sido alvo de críticas por parte de líderes políticos de seu próprio arco de aliança. Isto porque é o socialista quem tem intermediado as conversações com o PR.
A aliança com os republicanos não agrada a todos oposicionistas, principalmente pelo fato de a legenda fazer parte da base de sustentação do governador Silval Barbosa (PMDB), possuindo o comando de sete secretarias.
Os principais críticos à adesão do partido são os deputados federais Júlio Campos (DEM) e Nilson Leitão, bem como o deputado estadual Zeca Viana (PDT). Para eles, seria uma incoerência se unir ao PR.
Mendes quer reeditar a parceria ocorrida em 2012 com o PR, que resultou na sua vitória nas eleições municipais. Para tanto, desde fevereiro o socialista vem mantendo diálogos com os deputados estaduais republicanos, e o presidente regional da legenda, deputado federal Wellington Fagundes, que pretende emplacar sua candidatura ao Senado.
As lideranças afirmam que se trata de uma vontade isolada de Mendes, sem a participação do próprio pré-candidato ao governo do grupo, senador Pedro Taques (PDT).
Conforme Leitão, o grupo nunca tratou sobre este tema nas reuniões que realizou até o momento. “Até agora posso garantir que não houve nenhuma reunião em que tratamos sobre de trazer o PR para o grupo. Quem tem comentado isso, de forma isolada e por conta própria, é o prefeito Mauro Mendes. Nunca ouvi esse assunto nem mesmo da boca de Pedro Taques”, garantiu.
As declarações do tucano são enfatizadas por Júlio Campos. Para o democrata, Mendes estaria insistindo na aliança com o PR devido a interesses financeiros e econômicos.
“Da parte do Pedro Taques não temos do que reclamar, mas ele tem que saber administrar a pressão, principalmente por parte do ilustre prefeito de Cuiabá, que, por uma questão de simpatia pessoal, de amizade e também de interesses econômicos por conta de suas empresas, quer viabilizar isso [a coligação]. O PR será bem-vindo, mas para apoiar, não para reivindicar [cargos na chapa majoritária]”, frisa o parlamentar.
O deputado vai mais além e afirma que Taques pode sair derrotado da eleição, caso acate esta “imposição” do chefe do Executivo municipal. “O Pedro Taques está quieto, na dele, mas acho que ele pode cometer este grave erro de se unir com o PR de última hora. Nas duas vezes que eu coliguei de última hora, perdi a eleição”, lembra o democrata. (KA)
Comentários