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Agronegócios
Quarta - 14 de Maio de 2014 às 15:45

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Tão importante quanto a imunização contra a febre aftosa para a economia de Mato Grosso estão os testes que comprovam a eficácia da vacinação no rebanho do Estado. O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) se prepara para mais uma etapa do programa nacional de erradicação da doença seguindo as normas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que se baseiam nas exigências de organizações mundiais de saúde animal e organismos importadores.

Esta é a sexta vez que a fiscalização é feita no Estado. Durante o processo, veterinários do Indea colhem sangue de animais e fazem testes para denominar a titulação de anticorpos e analisar se o gado está devidamente imunizado contra a febre aftosa. Por meio de amostras de sangue de 350 cabeças, sorteadas entre 50 propriedades rurais pré-definidas pelo Ministério da Agricultura, é feita a verificação da eficiência da vacinação. O objetivo da operação é analisar a eficácia da imunização realizada entre os meses de maio e novembro do ultimo ano.

Apesar de a febre aftosa não causar riscos para a saúde humana, quando ela é detectada traz grande prejuízo para a cadeia produtiva do local. A epidemiologista veterinária Risia Lopes Negreiros, que atua no apoio ao programa de defesa sanitária animal do Indea, explica que o vírus é visto como um grande problema pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por ser limitante de crescimento do rebanho, o que reduz a oferta de proteína animal e encarece o preço do alimento. “Um foco desta doença pode falir um município que tenha como principal fonte de renda o agronegócio. O prejuízo econômico pode ser avassalador”, esclarece Risia.

Ao explicar a proporção que este dano pode chegar a epidemiologista usa como exemplo uma fábrica de sapatos que foi à falência como consequência da proibição da compra do couro originário do local onde foi detectado focos do vírus. “A ressalva não é apenas a carne. Existem países que restringem até mesmo a exportação de grãos como a soja. Todo semestre é exigido de Mato Grosso um relatório que comprove que o estado está livre da febre aftosa ”. Ela afirma que a principal forma de infecção é pela saliva e que a facilidade da contaminação aumenta a importância do controle. “O gado pode ser contaminado ao beber água, ingerir alimentos ou na pastagem. Um animal pode até infectar o local, mas o rebanho não será afetado se estiver devidamente imunizado”.

De acordo com Risia, a eficácia da vacinação é a comprovação final de que o animal foi efetivamente imunizado e correspondeu à vacina conforme esperado. “Ao detectar o nicho e a origem do problema da baixa imunidade é possível avaliar o que deve ser feito e centralizar os esforços em uma vacinação assistida, com apoio de pessoas especializadas. Também podemos monitorar mais de perto animais que são comercializados de estados que não têm controle de vacinação e que são vendidos para Mato Grosso sem estarem devidamente imunizados”.

Segundo João Marcelo Brandini Nespoli, médico veterinário da Coordenadoria do Controle das Doenças Animais do Indea, a maior preocupação é com a qualidade e não com a quantidade da vacinação. “Não nos preocupamos com número, até mesmo porque fazemos uma grande campanha de conscientização do produtor rural informando a etapa e idade dos animais, a conservação da vacina, a higiene na aplicação e a necessidade de comprar produtos registrados e bem conservados nos estabelecimentos. Também realizamos uma forte fiscalização no registro e conservação das vacinas nos estabelecimentos agropecuários autorizados para a venda”. O veterinário explica que o objetivo principal é descobrir o que está gerando a baixa eficácia, que pode ser causada pelo erro de aplicação da vacina, a má conservação por parte do produtor ou do estabelecimento ou até um estresse do gado.





Fonte: Expresso MT

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