Portugal pede ajuda a Brasil para investigar suposta fraude fiscal de Felipão Caso seja condenado, treinador pode ir para prisão

A Procuradoria-Geral de Portugal confirmou nesta quarta (12) a investigação contra o técnico da seleção brasileira de futebol, Luiz Felipe Scolari, que teria sonegado impostos entre os anos de 2003 e 2008. De acordo com a entidade, o Ministério Público do país enviou "pedidos de cooperação judicial a Holanda, Reino Unido, Brasil e Estados Unidos":

— Luiz Felipe Scolari está sendo investigado como parte de um processo aberto pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), relacionado a eventuais infrações fiscais

A justiça portuguesa suspeita que o técnico brasileiro não tenha declarado ganhos de 7 milhões de euros, de acordo com o jornal "Folha de S. Paulo". Esses valores seriam relativos ao trabalho dele como treinador da seleção ibérica.

— Eu fiz todas as minhas declarações de renda corretamente. Em todos os países onde trabalhei, sempre declarei os meus rendimentos. Tenho absoluta convicção da correção das minhas declarações. Se há algo errado, não é comigo

Uma primeira informação havia sido divulgada pelo jornal holandês "Het Financieele Dagblad", que teve acesso à solicitação de cooperação judicial do DCIAP à justiça americana, país para onde o dinheiro teria sido transferido.

De acordo com esse jornal, o treinador foi alvo de uma investigação por evasão fiscal e lavagem de dinheiro, por meio de empresas com sede nas Bahamas e em outros países.

Scolari teria recebido o dinheiro em questão por direitos de imagem através de duas empresas sediadas na Holanda, a Chaterella Investors Limited e a Flamboyant Sports.

Segundo a "Folha", Felipão pode ser condenado a 12 anos de prisão, se for considerado culpado.

No comando da seleção portuguesa, o treinador foi vice-campeão da Eurocopa-2004, que os lusos disputaram em casa, e chegou às semifinais da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.

Depois de levar o Brasil ao pentacampeonato mundial em 2002, o Scolari voltou treinar da seleção em novembro de 2012, depois da demissão de Mano Menezes.

Com campanha convincente na Copa das Confederações, com direito a vitória por 3 a 0 na final contra a atual campeã Espanha, ele conseguiu devolver à torcida a confiança e à equipe a condição de favorito para a Copa que disputará em casa.

O Brasil integra grupo A, junto com Croácia, México e Camarões.

A estreia será no dia 12 de junho contra os croatas em São Paulo, na partida que marcará a abertura da competição.