Mulher denuncia "sujeira" e fechamento de Posto de Saúde Enfermeira diz que paralisação é única forma de pressionar gestão
A estudante de Direito Giselly Fortes denunciou, por meio de um vídeo postado em seu Facebook nesta quinta-feira (15), o “fechamento” do Posto de Saúde do Residencial Coxipó.
Ela apontou falta de limpeza no local, "chão do banheiro imundo" e falta de vacina, "Se em um Posto de Saúde está assim, imagina a Policlínica. Estamos sendo tratados como cachorro de rua”, acusou.
Com duração de um minuto, a filmagem mostra uma enfermeira justificando o motivo da paralisação, afirmando que essa é única maneira de pressão que os funcionários podem fazer à Secretaria Municipal de Saúde.
"Agora me pergunto o que vamos fazer com os idosos, as gestantes, os bebês, que precisam de atendimento médico e por falta de limpeza e manutenção não vão ter. Se em um Posto de Saúde está assim, imagina a Policlínica como está. Estamos sendo tratados como cachorro de rua".
“Isso aqui é uma coisa maior. É uma bolinha de neve que está tendendo a crescer. Então, a única forma da gente pressionar é parando o atendimento. Porque sem atendimento eles se tocam lá em cima. “Poxa, então agora chegou no caos total”, pensam”, diz a servidora.
Procurada pelo site, a enfermeira não quis se pronunciar sobre o caso e, a atendente da unidade completou que mais informações deveriam ser buscadas na Secretaria.
A estudante, no entanto, relatou na rede social os possíveis motivos que levaram ao fechamento da unidade de Saúde.
“Posto de Saúde do Residencial Coxipó fecha as portas por falta de limpeza. Chão do banheiro está imundo, sem condição de uso. Não tem material para curativo, não tem vacina. As crianças estão sem vacinar há oito meses, pois a geladeira quebrou e nenhuma providência foi cobrada”, relatou.
Reprodução
Secretário municipal de Saúde, Werley Peres, que recentemente assumiu pasta “Agora me pergunto o que vamos fazer com os idosos, as gestantes, os bebês, que precisam de atendimento médico e por falta de limpeza e manutenção não vão ter. Se em um Posto de Saúde está assim, imagina a Policlínica como está. Estamos sendo tratados como cachorro de rua”, completou.
"Mutirão"
Ao MidiaNews, Gisely explicou que estava no local para uma consulta de retorno de seu filho.
“Cheguei no Posto às 6h e, só às 7h30 uma equipe chegou no pátio central e avisou todo mundo que não ia ter consulta para ninguém. Segundo a equipe, já tem oito dias que ninguém vai limpar o local. Disseram que o prefeito (Mauro Mendes) não está contratando ninguém para a limpeza”.
A estudante afirmou ainda que diversas grávidas estavam na unidade para consultas e, que uma mulher chegou a sugerir limpar o Posto.
“Uma mãe falou para fazermos mutirão na parte da tarde e limpar tudo. só que disseram que não seria preciso”, disse.
Em sua postagem no Facebook, Gisely também lembrou que este ano haverá eleições e comparou o atendimento que políticos recebem em hospitais particulares, enquanto a população é atendida em locais como o Posto de Saúde do Coxipó.
“Pior que esse ano tem eleição e o povo besta, em troca de R$ 30, vende o voto sem pensar no dia de amanhã. Acorda povo, enquanto políticos estão tendo tratamento VIP em hospital particular, você está em uma fila de hospital público. Você paga seus impostos e não vê pra onde a grana vai”.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Saúde, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou que a unidade esteve fechada nesta manhã. O motivo seria que a técnica de limpeza não foi trabalhar. A pasta informou ainda que ainda hoje, no período vespertino, outra pessoa irá para limpar o Posto.
A respeito da falta de vacinas e da geladeira, a secretaria explicou que um diretor da Atenção Básica irá até o local verificar a denúncia, uma vez que o Posto de Saúde teria três geladeiras e também não estaria havendo problema com distribuição de vacinas.
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