COTs não ficarão prontos para a Copa Das 16 obras na Grande Cuiabá que o Governo prometeu concluir para a Copa apenas uma estará 100% pronta, segundo relatório do TCE
Das 16 "obras da Copa" que o governo do Estado se comprometeu a concluir em Cuiabá e Várzea Grande até o final deste mês, apenas uma deverá estar 100% pronta.
O diagnóstico foi feito pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) em relatório de acompanhamento divulgado ontem -o último antes do evento da FIFA.
De acordo com o documento, o estágio atual nos canteiros permite prever apenas a conclusão da trincheira Santa Isabel/Verdão, nas imediações da Arena Pantanal. Mesmo assim, com falhas construtivas e de acabamento.
"A aparência [da obra da trincheira] é muito ruim, há muitas falhas construtivas, existem diversos pontos com infiltração de água", diz o tribunal, em um trecho.
No restante das intervenções, a tendência é de que possam ser usadas, na melhor das hipóteses, parcialmente durante o mundial. É o caso das trincheiras do Santa Rosa e Jurumirim, que terão apenas as vias marginais abertas ao tráfego.
Na estrada da Guarita, a obra de duplicação foi avaliada como "inexequível" até o prazo prometido.
Em entrevista coletiva, o conselheiro substituto João Batista de Camargo Júnior, relator das contas da Secopa no tribunal, avaliou que a situação mais crítica é a dos COTs (Centros Oficiais de Treinamento) do Pari e da UFMT, que mostraram pouca evolução além dos gramados.
"As obras de mobilidade causam transtornos? Sim, mas os COTs foram obras feitas para a Copa e é muito grave que não fiquem prontas", afirmou o conselheiro.
De acordo com o levantamento, faltam operários e materiais de acabamento na obra do COT do Pari. No da UFMT, diz o tribunal, ainda resta "muito serviço por fazer".
"O prazo é curto e mesmo essa execução parcial, que permitiria o uso precário durante a Copa, depende de esforço concentrado e disponibilização de material na obra."
Analisado em seu conjunto, disse o conselheiro, o resultado da avaliação indica que Mato Grosso poderá perder a oportunidade de divulgar seu potencial para o mundo.
"Os turistas que virão aqui poderiam ter uma imagem excelente, retornarem, fazer propaganda boca a boca. Essa imagem que Cuiabá provavelmente irá passar, de um monte de obras inacabadas, é muito ruim para o Estado", comentou.
O relatório faz a ressalva de que algumas obras com recursos federais (caso das trincheiras da Jurumirim e do Complexo do Tijucal) foram prejudicadas por atrasos recorrentes nos repasses previstos.
"Não houve atrasos, apesar disso, tão significativos para pagamento das medições nas trincheiras Santa Rosa e Santa Isabel, porque o governo colocou dinheiro próprio", disse.
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