Pinheiro: "Júlio vai sair da política pela porta dos fundos" DEM e PR podem prejudicar coligação de Pedro Taques
“Quem pariu Mateus, que o embale”, disse o secretário-geral do PR, deputado Emanuel, ao quebrar o silêncio que vinha mantendo nos últimos dias sobre o açodamento na relação entre o PR e o DEM, na disputa pela indicação do candidato ao Senado na chapa do senador Pedro Taques (PDT).
Ele afirmou que o "problema", agora, é do próprio Taques e da coligação.
A declaração foi feita em entrevista à Rádio Mix FM. Pinheiro não poupou críticas ao ex-aliado dos tempos de PFL, o deputado Júlio Campos (DEM), pelas declarações feitas, na semana passada, sobre um possível acordo entre Pinheiro e o presidente regional do PSD e prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, que garantiria apoio financeiro à reeleição do parlamentar.
“É lamentável. O deputado Júlio Campos está deixando a política pela porta de trás. Ele sempre foi falastrão e conversador, mas, agora, passou dos limites e a dizer uma bobagem atrás da outra, principalmente nas questões políticas”, afirmou.
Emanuel Pinheiro disse que o PR não está tentando boicotar a vaga para que o senador Jayme Campos dispute a reeleição.
“Em nenhum momento, o PR pediu alguma coisa ou fez exigências. Pelo contrário, o PR foi convidado por vários partidos e candidatos para conversar, inclusive, o senador Pedro Taques. O interlocutor foi o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, que comanda o PSB no Estado. Isso porque na eleição municipal nós apoiamos sua candidatura a prefeito e fazemos parte da sua administração, o que facilitaria um entendimento”, explicou.
De acordo com o parlamentar, o PR vem negociando com o PDT por se identificar com as posições do senador Pedro Taques, que ele não considera como oposição à presidente Dilma Roussef.
“O PDT é da base do Governo Dilma, possui ministério e ocupa cargos administrativos. O fato de não endossar algumas ações ou cobrar posições não quer dizer que o partido esteja se comportando como oposição. Além do mais, vários partidos da base do Governo vão lançar candidaturas próprias. Por que só aqui em Mato Grosso é que não pode, só aqui é que dá problema?”, questionou.
Base do Governo
O deputado também rechaçou as declarações de que o PR está há 12 anos na base governista e, por isso, não teria discurso para ir para a oposição e criticar o que o próprio partido ajudou ou avalizou fazer.
“Quem fez parte do Governo desde o início foi o DEM, que, aliás, foi aliado na campanha de Blairo Maggi. Tanto que o próprio senador Jayme Campos se elegeu pela coligação foi o DEM. O PR esteve oito anos no Governo. Então, que tipo de discurso o Democratas pode te, se formos pensar dessa forma. O PR decidiu que vai acompanhar quem tiver o melhor projeto para Mato Grosso e não quem ficou ou deixar de ficar no Governo”, afirmou.
Contudo, Emanuel Pinheiro não soube dizer se o PR vai dividido para a base de Pedro Taques, na base de um terço, contra dois terços permanecendo na situação.
“Nem sabemos se e para onde o PR vai. Como já disse anteriormente, somos a bola da vez e vamos continuar conversando com todos os possíveis aliados”, completou.
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