Fukushima começa a despejar água com baixa radioatividade no mar Primeira descarga feita foi de 560 mil litros, segundo a Tokyo Electric Power. Método será usado para reduzir acúmulo de líquido contaminado na central.
A companhia responsável pela usina nuclear de Fukushima começou a fazer nesta quarta-feira (21) um despejo controlado de água com baixos índices de radioatividade no mar, um método que passará a utilizar regularmente para reduzir o acúmulo de líquido contaminado na central. A primeira descarga feita foi de 560 mil litros, informou a Tokyo Electric Power (Tepco).
A companhia elétrica e o governo japonês divulgaram o conteúdo de isótopos radioativos detectados nas análises realizadas por três laboratórios diferentes (um da própria Tepco, outro da Agência Nuclear estatal do Japão e um privado).
Todos estavam abaixo do limite estipulado pela Tepco para o despejo de água radioativa (entre 60 e 90 vezes mais rigoroso que o estipulado pela lei japonesa). Tanto a companhia como o Executivo japonês divulgarão os níveis de radiação com regularidade enquanto durarem as operações de despejo de água.
Após meses de intensas negociações, os sindicatos de pescadores de Fukushima acabaram aceitando a decisão sempre que os níveis de contaminação estiverem abaixo dos limites.
A operação realizada nesta quarta se chama "by-pass de água subterrânea" e é uma das medidas para reduzir o volume de líquido dos aquíferos naturais que penetra e inunda diariamente os porões dos reatores que foram atingidos pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011.
Dentro dos porões, a água se contamina ao entrar em contato com o líquido usado na refrigeração dos reatores e parte dela vai parar no mar em frente à central através de sumidouros e outros canais. No total, estima-se que 300 mil litros diários chegam ao Oceano Pacífico.
O "by-pass" consiste em bombear a água subterrânea dos poços situados nas colinas próximas dos reatores e desviá-la (sempre que as análises mostrem que sua toxicidade é baixa) diretamente até os píeres da usina, para evitar que passe pelos edifícios dos reatores e se torne ainda mais radioativa.
O acúmulo de água é um dos principais desafios para proceder com o desmantelamento da central, uma operação que deve levar entre 30 e 40 anos.Por isso, a Tepco armazena a água utilizada na refrigeração dos reatores, assim como a que consegue bombear dos porões, em milhares de tanques espalhados pela central.
No entanto, tanto a companhia elétrica como o Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA, sigla em inglês) consideram que esse sistema é mais perigoso do que os despejos controlados.
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