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Internacional
Quarta - 21 de Maio de 2014 às 19:19

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A CIA (agência de inteligência americana) dos Estados Unidos estabeleceu uma norma de trabalho em agosto de 2013 se comprometendo a não voltar a usar em suas operações falsas campanhas de vacinação, como ocorreu há três anos durante a busca por Osama bin Laden.

O porta-voz da CIA, Dean Boyd explicou que a agência tornou pública esta nova norma para não dar margem para os terroristas justificarem os ataques aos voluntários das campanhas de vacinação em países como o Paquistão, que era realmente uma fachada para operações ocidentais de espionagem.

"É importante lembrar que os grupos militantes têm uma longa história de ataques aos voluntários que desempenham tarefas humanitárias no Paquistão e que esses ataques começaram anos antes do complexo onde vivia Bin Laden ser abatido e anos antes das informações jornalísticas sobre campanhas de vacinação patrocinadas pela CIA", defendeu o porta-voz da agência.

A nova norma da CIA foi estabelecida pelo atual diretor, John Brennan, após receber as queixas de decanos de 12 faculdades de saúde pública.

Eles escreveram uma carta ao presidente dos EUA, Barack Obama, em janeiro de 2013 para protestar pela operação na qual a CIA usou o médico paquistanês Shakil Afridi para conseguir amostras de DNA que pudessem confirmar a presença de Bin Laden na região através de uma falsa campanha de vacinação contra a pólio em Abbottabad.

A controvertida operação fracassou e Afridi foi condenado por traição a 23 anos de prisão.

"Encobrir operações de inteligência com serviço público humanitário provocou consequências colaterais que afetaram toda a comunidade da saúde pública", diz um trecho divulgado com exclusividade pelo Washington Post na madrugada desta terça-feira (20).

Uma porta-voz da Casa Branca confirmou a Agência Efe que o governo respondeu aos decanos na sexta-feira passada e prometeu que a CIA não repetirá esse tipo de práticas.

"A agência não fará uso dos programas de vacinação para suas operações, o que inclui a todos os trabalhadores destas campanhas. Também não buscará obter ou utilizar, para as operações, as amostras de DNA ou de outro material genético tomadas por estes programas", prometeu o governo em carta assinada pela assistente em Segurança Nacional da Administração Obama, Lisa Monaco, como confirmou à Efe a porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, Caitlin Hayden.

"A nova norma da CIA vale no no mundo todo, e tanto para cidadãos americanos como para os que não são. Como diz a carta, a administração apoia completamente a norma, que demonstra nosso apoio à saúde global e nosso compromisso contínuo com a erradicação da pólio", explicou Hayden.





Fonte: EFE

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