Adjunto da Sefaz recebeu R$ 520 mil de alvo da PF Empresa de Vivaldo Lopes recebeu pelo menos seis transferências em 2010
O inquérito da Polícia Federal que apura a prática de suposto esquema de lavagem de dinheiro em Mato Grosso revela movimentações financeiras entre empresas do investigado Júnior Mendonça (epicentro do escândalo) e o secretário-adjunto de Estado de Fazenda, Vivaldo Lopes.
A PF, por meio de quebra de sigilo bancário, autorizada pela Justiça, detectou pelo menos seis transferências da Amazônia Petróleo Ltda. e da Globo Fomento Ltda., ambas de Mendonça, à Brisa Consultoria e Assessoria, empresa de Vivaldo Lopes.
Juntos, os valores somam R$ 520 mil.
As transações foram feitas por meio de transferência eletrônicas (TED). Os valores saíram de contas do banco Bradesco.
O primeiro depósito, no valor de R$ 100 mil, foi realizado em 6 de janeiro de 2010. No dia seguinte, outra transferência foi feita, no valor de R$ 150 mil.
Em fevereiro do mesmo ano, no dia 3, a Brisa recebeu mais R$ 100 mil.
Dezenove dias depois, outra transferência foi feita, no valor de R$ 75 mil.
Em março de 2010, mais dois depósitos foram feitos pelas empresas de Júnior Mendonça: no dia 9, no valor de R$ 45 mil; e no dia 19, no valor de R$ 50 mil.
Busca e apreensão em fevereiro
Vivaldo Lopes teve seu escritório, no edifício Work Tower, em Cuiabá, alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal, em 19 de fevereiro deste ano, na quarta fase da Operação Ararath.
"A transferência foi feita pela minha empresa, que prestava assessoria à Afam (Amantes do Futebol e Amigos do Mixto) para o clube, que, por sua vez, não possuía conta. Nós esclarecemos isso à Polícia Federal"
No dia seguinte, em entrevista ao MidiaNews, ele negou que tenha envolvimento no suposto esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Polícia Federal.
O secretário-adjunto disse que é sócio único na empresa Brisa Consultoria e Assessoria.
Na ocasião, ele justificou uma transferência de R$ 75 mil, em 2010, direcionada ao Mixto Esporte Clube, à época, presidido por Eder Moraes.
“A transferência foi feita pela minha empresa, que prestava assessoria à Afam (Amantes do Futebol e Amigos do Mixto) para o clube, que, por sua vez, não possuía conta bancária e utilizou o valor para pagamentos de despesas gerais. Nós esclarecemos isso à Polícia Federal, e eu não neguei o repasse”, disse Lopes.
Ontem (22), ele reiterou seu posicionamento à reportagem.
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