Resgatadas 13 pessoas submetidas a trabalho escravo
Policiais civis resgataram 13 pessoas submetidas ao trabalho análogo a escravidão na cidade de Alto da Boa Vista ( cidade a 1.060 km a nordeste de Cuiabá). A operação de resgate anteontem contou com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
Segundo os policiais, os trabalhadores relataram que foram aliciados em Várzea Grande e levados para a região do vale do Araguaia, sendo que alguns viajaram em cima da carroceria de um caminhão sem a mínima segurança.
As vítimas disseram que o dono da empresa solicitou as carteiras de trabalho de cada um, mas ainda não sabem se foram registrados e nem assinaram nenhum tipo de contrato de trabalho.
As investigações começaram com denúncia registrada no dia 22 de maio, quando algumas das vítimas procuraram a Delegacia Municipal para denunciar as más condições de trabalho a que eram submetidas. Os trabalhadores alegaram que foram contratados pelo dono da construtora 3N Ltda, que presta serviços de manutenção e aterramento para a antiga Rede Cemat, na Capital, e cidades do interior do Estado.
Elas acrescentaram ainda que a maioria não havia recebido o pagamento desde que chegaram à região, há cerca de três meses, e que ainda não tinham denunciado porque estavam sendo coagidos.
Em depoimento ao delegado Rogério da Silva Ferreira, as vítimas disseram que “o patrão tem fama de ‘sumir’ com quem ousa denunciá-lo e ainda afirmava que a polícia não teria coragem de mexer com ele”.
A partir das denúncias, policiais foram verificar o alojamento e encontraram um cenário insalubre e degradante. "Os trabalhadores dormiam no chão, em colchões velhos e sujos. O local não tem mesa, cadeiras, geladeira ou bebedouro de água gelada potável, falta papel higiênico, sabonetes e materiais de limpeza", frisou o delegado.
Os trabalhadores também entregaram fotos que mostram alimentos com larvas e que mesmo assim eram preparados para eles. Além das condições subumanas de trabalho constatadas pelos policiais, os funcionários afirmaram que a empresa ainda se recusa a custear passagens para retornarem às suas casas. E que, nesse caso, os ameaça de cobrança das notas promissórias com medicamentos, equipamentos de proteção pessoal e higiene.
O delegado Rogério Ferreira disse ainda que instaurou inquérito para apurar a denúncia de trabalho escravo e já manteve contato com o advogado de empresa, uma vez que o proprietário mora no município de Várzea Grande.
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