'Não temos do que nos envergonhar', diz Dilma sobre Copa Ex-jogador Ronaldo disse se sentir envergonhado com preparação do país. Dilma não citou diretamente Ronaldo, mas defendeu ações do governo.
A presidente Dilma Rousseff defendeu neste sábado (24) os preparativos realizados pelo governo brasileiro para realização da Copa do Mundo, que terá início no próximo dia 12. Para ela, o evento é motivo de "orgulho" e nós, brasileiros, "não temos do que nos envergonhar".
Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre"
Em discurso no 17º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS), em Brasília, Dilma não citou diretamente o ex-jogador Ronaldo, que em entrevista à agência "Reuters" na sexta-feira (23) disse que se sentiu envergonhado pelo modo como o Brasil se preparou para receber o torneio.
Após citar em sua fala dados positivos sobre o governo nos últimos anos, a presidente afirmou: "A Copa do Mundo se aproxima, tenho certeza que nosso país fará a Copa das Copas. Tenho certeza da nossa capacidade, do que fizemos. Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre”, declarou a presidente.
À "Reuters", Ronaldo, que é membro do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo, defendeu a realização do torneio, mas criticou a burocracia e os atrasos nas obras.
"E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou o ex-jogador.
Dilma falou a uma plateia de cerca de dois mil jovens vindos de vários estados. A organização apoia a reeleição da presidente, que foi recebida com gritos como “não tem Aécio, nem Eduardo, eu estou com Dilma e não mudo de lado” e “vai ter Copa, vai ter tudo, só não vai ter segundo turno”.
Um vídeo com uma mensagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi exibido na abertura do evento. Ele disse ter um “enorme carinho” pela UJS e parabenizou a organização pelos 30 anos de existência.
O presidente da UJS, André Tokarski, disse que Dilma “atende, respeita e valoriza a juventude” e lembrou que ela já foi uma “aguerrida militante do movimento estudantil” que enfrentou “prisão e tortura” da ditadura quando era jovem.
A entidade afirmou não ser contrária à Copa do Mundo, mas diz que o torneio é uma oportunidade para “colocar na mesa o que ainda precisa ser feito”. A entidade dos jovens defende que “não tem contradição, eu quero Copa, saúde e educação”.
'Chute contra o próprio gol'
Mais cedo neste sábado (24), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, rebateu as declarações de Ronaldo em entrevista ao Portal da Copa, do governo federal. Para Rebelo, o ex-jogador deu "um chute contra o próprio gol".
"A frase dita pelo Ronaldo, tomada de forma isolada, é um chute contra o próprio gol, já que ele foi parte do grande esforço para construir a Copa do Mundo. Esse grande evento não será motivo de constrangimento para o país que construiu a sétima economia do mundo e é o maior vencedor de todos os Mundiais. Estou seguro de que não só o Ronaldo, mas todos os brasileiros e turistas estrangeiros que vierem nos visitar terão orgulho, e não vergonha.
O ministro afirmou ainda que o país tem aproveitado a Copa como "esforço de construção e desenvolvimento do Brasil".
"Foi a Copa, com o esforço dos governos, que permitiu que muitas obras de infraestrutura, mobilidade urbana, aeroportos, fossem adiantadas. Que permitiu que milhares de empresários viessem ao Brasil para gerar negócios, tributos e empregos para o país. Que permitiu que milhares de brasileiros recebessem formação profissional. Portanto, apontar nossas deficiências e procurar resolvê-las é dever de todos os brasileiros, e principalmente daqueles que tenham espírito público. Mas sentir vergonha do país não faz parte da solução", completou o ministro.
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