Alencar utilizou conta dos filhos para obter os R$ 4 mi da venda de cadeira

Alvo da 5ª fase da Operação Ararath, o conselheiro aposentado do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Alencar Soares filho, teria usado conta dos filhos e de terceiros para receber depósitos da suposta venda de sua vaga no órgão. E-mails trocados com o empresário Júnior Mendonça, operador do esquema, comprovam a efetivação dos depósitos de valores diversos com várias pessoas, que podem complicar a situação do ex-conselheiro.

De acordo com o inquérito da Operação, Alencar indicou as contas bancárias dos filhos Leandro Valoes Soares e Leonardo Valoes Soares, e também de Alexandre de Freitas Bezerra e da empresa Paz Administradora de Ativos, administrada por Vanessa Navarro Alvarenga Tolentino, para depósitos ou transferências dos R$ 4 milhões supostamente negociados pelo ex-secretário estadual de Fazenda, Eder Moraes (PMDB) em atendimento ao então governador, Blairo Maggi (hoje senador).

Em depoimento, Júnior Mendonça revela que o montante seria para a devolução de R$ 2,5 milhões, parte de R$ 4 milhões, provenientes do então deputado Sérgio Ricardo, com quem o conselheiro teria, em 2009, negociado a cadeira do TCE. Soares teria voltado atrás na negociação depois de uma viagem à África do Sul, na companhia de Blairo Maggi, que havia pedido a sua permanência no tribunal. Coube à Éder, providenciar os recursos ao ex-conselheiro, aponta o inquérito.

Os e-mails comprometem Leandro Soares, pois ele deu instruções por meio mensagens datadas de primeiro de abril de 2010 ao empresário-operador. Em outro e-mail, os dados bancários de Alencar também foram fornecidos para depósito. As mensagens foram apreendidas durante operação na casa do pai de Júnior Mendonça, Gercio Marcolino Mendonça.

O comprometimento do nome Alencar Soares, segundo o inquérito, é revelado também em cópia de transferência feita a sua pessoa, em primeiro de abril de 2010, pela Global Fomento, no valor de R$ 10 mil e transferência indicada por Leandro à Alexandre de Freitas Bezerra no valor de R$ 50 mil em 22 de março de 2010.

A exemplo do pai, Alencar Soares, Leandro Soares também foi alvo da Operação Ararath em mandado de busca e apreensão. Ele mora com os pais, em Barra do Garças.