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Sexta - 30 de Maio de 2014 às 07:21

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Entre 2002 e 2012, os acidentes de trânsito em Mato Grosso mataram 11.074 pessoas. O número representa um crescimento de 33,2%, segundo prévia do estudo divulgado anualmente no país “Mapa da Violência 2014. Os jovens do Brasil”.

Apesar de ser apenas uma prévia, o levantamento, realizado pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso), a partir de dados do Ministério da Saúde, salientou em sua introdução que o crescimento de vítimas de acidentes de transporte, de maneira geral no Brasil, é significativo: passaram de 33.288 para 46.051, nos 10 anos avaliados.

Em 2002, por exemplo, Mato Grosso teve 889 vítimas. O número diminuiu no ano seguinte para 769, mas voltou a subir em 2004 para 943.

Em 2005, uma nova queda: 888 mortes, voltando a disparar em 2006, quando 1.038 morreram.

"É uma taxa assustadora, um número de mortos em uma guerra. E, guardadas as proporções, de fato é uma guerra diária"

Uma última queda ocorreu em 2007, quando 928 morreram e, até 2012, foram mais de mil mortes a cada ano: 1.071 (2008), 1.129 (2009), 1.133 (2010), 1.101 (2011) e 1.184 (2012).

Segundo o coordenador da Área de Estudos da Violência, Júlio Jacobo Waiselfisz no levantamento, o crescimento das mortes por acidente de transporte no último ano do estudo pode ser considerado “moderado”.

O problema, no entanto, é que continuou crescendo de forma sistemática a partir do ano 2000.

Número de guerra

Para o engenheiro civil, mestre em Planejamento de Trânsito e doutor em Logística de Trânsito, Eldemir Pereira de Oliveira, o número de mortos no trânsito em Mato Grosso é “de guerra”.

“É uma taxa assustadora, um número de mortos em uma guerra. E, guardadas as proporções, de fato, é uma guerra diária”, afirmou.

Ao MidiaNews, Oliveira também apontou que o número deve ser avaliado dentro de um amplo contexto, que soma, por exemplo, o aumento do poder aquisitivo do brasileiro e a falta de estruturação de rodovias e avenidas.

“A frota aumentou consideravelmente nessa década avaliada, bem como o formato que as pessoas são formadas para adquirirem a habilitação. Os motoristas hoje estão despreparados”, explicou.

“Além disso, a cidade em si não está preparada para o número de carros atuais, o que gera congestionamento e estresse nos motoristas, que sem preparo, não sabem lidar com o trânsito e outros motoristas também estressados”, completou.

Outro fator, segundo engenheiro, é a falta de mais ação do poder público.

“O Estado não aumenta seu staff e nem cria políticas de fiscalização mais severas. Nas rodovias, por exemplo, a fiscalização é pequena e o número de acidentes, por sua vez, alto”.





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