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Internacional
Domingo - 01 de Junho de 2014 às 16:14

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A polícia turca usou gás lacrimogêneo ontem (31), no centro de Istambul, para dispersar manifestantes que procuravam celebrar o aniversário de um ano das maiores manifestações contra o governo em décadas.

Centenas de pessoas estavam nas ruas que levam à Praça Taksim exigindo a renúncia do governo quando a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo contra a multidão, que rapidamente se dispersou.

Mais cedo, a polícia turca havia fechado o parque Gezi, polo dos protestos de 2013, para impedir qualquer tentativa de comemoração do aniversário dos protestos.

"Vamos lembrar por muito tempo as pessoas que perderam suas vidas aqui e como o governo agiu contra os seus cidadãos", declarou à Ugur, uma professora de 31 anos, cercada por dezenas de policiais.

"Eu tento lembrar as vozes e os sons que eu ouvi aqui no ano passado", disse Sebnem, uma atriz de 41 anos, pouco antes do parque Gezi ser fechado. "Não podemos apagar esses momentos. As árvores, o ar e a terra nos fazem lembrar tudo o que aconteceu", declarou emocionada.

O primeiro-ministro Tayyip Erdogan, que foi alvo de muitos manifestantes no ano passado, alertou as pessoas para ficarem longe da Praça Taksim, ao lado do parque, dizendo que as forças de segurança fariam o que fosse necessário para manter a tranquilidade da área.

"Vocês não podem ocupar Taksim como fizeram no ano passado porque vocês têm que respeitar a lei", acrescentou, diante de milhares de simpatizantes.

A Taksim Solidariedade, uma das principais organizadoras do movimento de protesto no ano passado, convocou uma reunião na praça para o final do dia.

História dos protestos

Na manhã de 31 de maio de 2013, a polícia expulsou violentamente do parque algumas centenas de ativistas ambientais que se opunham a sua destruição. Alimentados pela repressão, o movimento cresceu para se transformar em uma revolta política sem precedentes contra o poder islâmico-conservador.

Cerca de 3,5 milhões de turcos – número oficial da polícia – marcharam contra Erdogan em toda a Turquia durante as três primeiras semanas de junho do ano passado.

Esses eventos foram severamente reprimidos, terminando com pelo menos oito pessoas mortas e mais de 8 mil feridas.

Desde a revolta no ano passado, o chefe do governo turco se concentra em abafar qualquer indício de dissidência.

Ao longo dos meses, centenas de manifestantes foram levados à justiça . Além disso, Erdogan adotou uma série de leis para fortalecer seu domínio sobre o Poder Judiciário e as redes sociais, e aumentou os poderes dos serviços de inteligência.

Apesar de um escândalo de corrupção que arranhou a imagem de seu regime, Erdogan venceu com folga as eleições municipais de 30 de março e agora se prepara para anunciar sua candidatura à presidência de 10 a 24 de agosto.





Fonte: Do G1, com agências internacionais

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