Mercado de leilão de gado cresce no Brasil e atrai compradores
A temporada de leilões de gado no país está aberta e o preço bom dos animais de corte e leite anda mexendo com o mercado. Só em Goiás, as vendas cresceram 30% este ano.
As pastagens ocupam as áreas de relevo acidentado do município de Morrinhos, no sul de Goiás. Em uma fazenda de 500 hectares, o produtor Jarbas Rodrigues tem como carro-chefe a criação de gado de corte de várias raças, como nelore e hereford. “Gado é uma das atividades econômicas do campo que tem a maior liquidez. Então, a gente tem muita facilidade de vender o gado. E gado é dinheiro à vista”, explica.
O maior negócio da fazenda é a venda de bezerros e também de garrotes, com idade entre 15 e 24 meses. O produtor poderia receber compradores na fazenda, mas ele prefere negociar o gado em leilões. “Na fazenda, eu tenho oportunidade de mostrar o gado para um comprador só. Nos leilões, eu mostro para vários compradores e há concorrentes entre eles. Normalmente, eu acho que no leilão o gado custa bem mais caro do que na minha fazenda”, afirma Jarbas.
Para o próximo leilão, o produtor separou um lote com 15 novilhas leiteiras prenhas e dez novilhas de corte mestiças. O gado embarca em um caminhão e segue para uma propriedade no município vizinho, Goiatuba, onde será realizado o leilão.
A fazenda onde acontece o leilão também cria gado, mas há 25 anos a principal atividade do produtor João Marques é fazer leilão: “Com essa atividade, é que formei filhos, criei filhos e dei independência a eles”.
Todo sábado, pessoas da região chegam para o leilão e são recepcionados com cerveja e pinga. O público também ganha almoço caprichado, com arroz, tutu, salada, mandioca cozida e churrasco.
O berrante anuncia o início e começa a agitação entre os presentes. As chamadas pisteiras pegam os lances dos prováveis compradores e passam para o leiloeiro. Os compradores são bem discretos, fazem apenas movimentos com a cabeça para dizer se dão um lance acima.
Os compradores ficam atentos nas características físicas do animal. “É a carcaça, comprimento, traseira, umbigo e boi que vai dar peso. Não pode gastar dinheiro com boi que não pesa”, explica o leiloeiro Geraldo Borges.
Para organizar o leilão, o dono da fazenda cobra 4% do valor de cada animal negociado. Vendedor e comprador dividem esse custo.
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