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Policia MT
Quarta - 04 de Junho de 2014 às 12:16

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Tony Ribeiro/MidiaNews
O registro diário de ocorrências, pela PM, revela o elevado índice de violência na área metropolitana
O registro diário de ocorrências, pela PM, revela o elevado índice de violência na área metropolitana

O Estado Mato Grosso teve 10.441 homicídios entre 2002 e 2012. Em um grupo de cada 100 mil habitantes, significa dizer que 34,3 pessoas morreram ao longo desta década.

Os números são do estudo “Mapa da Violência 2014. Os jovens do Brasil”, realizado anualmente pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso).

Lançado de maneira prévia, o levantamento não indica em quais contextos ocorreram as mortes. Ainda assim, Mato Grosso é o 15º do país em homicídios.

O primeiro do ranking é Alagoas, onde, a cada 100 mil habitantes, há 64,6 mortes.

Em relação à região Centro-Oeste, Mato Grosso é o terceiro onde mais se matou. Goiás é o Estado mais violento: foram 44,6 homicídios, a cada 100 mil habitantes.

Em seguida, vem o Distrito Federal, com 38,9 mortes a cada 100 mil.

Mato Grosso do Sul é o menos violento: na década avaliada, a média foi de 27,1 homicídios a cada 100 mil pessoas.

Rixa e vingança

O número total de mortes em Mato Grosso, nos dez anos avaliados no estudo “Mapa da Violência”, revelam, segundo o sociólogo Naldson Ramos, "um estado violento e sangrento".

Coordenador do Núcleo Interinstitucional da Violência e Cidadania da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ramos afirmou que os principais fatores para os homicídios são a rixa e a vingança nas relações interpessoais.

“Eles são os principais, não os únicos motivos. Outra questão que aparece é a disputa por pontos de tráfico de drogas ou execuções, por conta de usuários que ficaram devendo na boca de fumo. Também está nessa lista o álcool, que altera o sentido das pessoas e entra no que chamamos de ‘motivos fúteis’”, disse.

Além dessas possibilidades, o sociólogo citou a violência contra a mulher, motivada, muitas vezes, por ciúmes, e colocada na categoria “crimes de honra”.

“De forma geral, o que podemos dizer é que Mato Grosso, Cuiabá, é uma sociedade violenta. Quem mata 10.441 mil nesses 10 anos avaliados é violento. É fácil notar que somos uma sociedade que está em crise de valores e de controle sociais. Entre as soluções, cito a urgência de aumentar – e muito – nosso grau de solidariedade para evitar esse tipo de comportamento”.

Suicídio

O número de suicídios também cresceu em Mato Grosso, durante a década avaliada pelo estudo.

O Estado é o 10º no ranking nacional: a cada 100 mil habitantes, 5,9 pessoas se mataram.

O primeiro é o Rio Grande do Sul, com 10,9 por 100 mil. No total, entre 2002 e 2012, foram 1.827 suicídios.

"De forma geral, o que podemos dizer é que Mato Grosso é uma sociedade violenta. Quem mata 10.441 mil nesses 10 anos avaliados é violento" Para Naldson Ramos, ao menos três possibilidades indicam o crescimento em Mato Grosso.

“O primeiro a tratar o suicídio como questão social foi o filósofo Emile Durkheim e, desde então, ele pode ser dividido em três vertentes: egoísta, altruísta e anômico. O primeiro é quando a pessoa não vê oportunidades e acha que estaria aquém da sociedade, portanto resolve tirar sua própria vida”, explicou.

“O altruísta é aquele quando o cidadão reconhece os valores da sociedade, os considera importantes, mas não consegue se realizar diante deles e vê que a culpa é dele. É comum na cultura japonesa, quando, por exemplo, alguém não consegue passar no vestibular e sente vergonha disso. O anômico não acontece com frequência. Um exemplo, é o que ocorre com alguns índios de Mato Grosso do Sul, que não se reconhecem mais como índios, mas também não são ‘brancos’ e se sente em uma sociedade ‘desconfigurada’”, completou o sociólogo.





Fonte: Mídia News

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