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Cidades/Geral
Quarta - 04 de Junho de 2014 às 10:55

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Investigado no STF, o governador Silval Barbosa (PMDB) quebrou o silêncio ontem, duas semanas após a deflagração da operação Ararath. Disse estar preocupado com eventuais “abusos e falhas” no curso da apuração e demonstrou descontentamento com o fato de um ex-secretário de Estado ser apontado como o principal operador do esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro, alvos da operação.

Silval falou publicamente sobre o caso na manhã desta terça-feira (3), após uma reunião com os presidentes dos tribunais de Justiça, o desembargador Orlando Perri, e de Contas, o conselheiro Valter Albano, além do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB).

A operação Ararath também foi a pauta do encontro, no qual o governador buscou auxílio dos chefes das instituições para que o Estado não pare por conta das investigações da Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF).

À imprensa, Silval afirmou que conhecia Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, considerado o pivô do esquema investigado. O peemedebista se recusou, no entanto, a falar sobre os empréstimos que supostamente teria contraído junto ao “banco clandestino” operado pelo empresário.

“Júnior Mendonça é uma figura pública e todos os empresários tinham ele como um banco”, se limitou a dizer, argumentando que o processo segue sob sigilo decretado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Sobre o envolvimento do ex-secretário de Estado Eder Moraes (PMDB) – que já foi considerado o “homem forte” de seu governo - o peemedebista disse não poder falar em decepção, mas não escondeu descontentamento. “Ninguém fala por mim. Cada um responde por si”.

Silval afirmou ainda confiar no “STF e na lisura de tudo que fiz no que é público e na minha iniciativa privada”, mas ponderou preocupação quanto a supostas falhas na condução da investigação.

Citou como exemplo a delação premiada de Júnior Mendonça. De acordo com a defesa do governador, os depoimentos foram colhidos de forma irregular.

O argumento, que faz parte do recurso em que o peemedebista tenta anular a delação premiada e, consequentemente, toda a quinta fase da Ararath, é de que apenas o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, poderia ter colhido as informações dadas pelo empresário a partir do momento em que foram citadas pessoas com foro privilegiado, como o próprio Silval e o senador Blairo Maggi (PR).

“Nos preocupamos quando há falhas e abusos. Para combatê-los tenho minha assessoria jurídica”, disse o governador, garantindo que todas as acusações que pesam contra ele, serão respondidas em conformidade com a lei.

EMPRÉSTIMOS – Em um dos inquéritos da Ararath é relatado que Júnior Mendonça emprestou, pelo menos, R$ 4 milhões a Silval Barbosa em 2008, quando este ainda era vice-governador do Estado.

Ainda de acordo com a investigação, os indícios são de que a dívida teria sido quitada com recursos públicos, oriundos de um precatório da extinta Companhia de Saneamento do Estado de Mato Grosso (Sanemat). 





Fonte: Do DC

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