Número de brasileiros barrados na UE cai 59% entre 2010 e 2013 Agência Europeia de Controle de Fronteiras diz que 2.524 brasileiros foram impedidos de entrar nos países europeus em 2013.
O número de brasileiros barrados nas portas da União Europeia caiu 59% nos últimos quatro anos, levando os cidadãos do país do quarto ao décimo lugar na lista de estrangeiros mais recusados nas fronteiras do bloco.
De acordo com a Agência Europeia de Controle de Fronteiras (Frontex), 2.524 brasileiros foram impedidos de entrar nos países europeus em 2013, em comparação com 6.178 em 2010.
A grande maioria dos casos ocorreu nos aeroportos europeus, onde os brasileiros deixaram de ser pela primeira vez no ano passado a nacionalidade mais barrada desde que a Frontex começou a contabilizar estes dados, em 2008.
Com a redução para 2.481 entradas recusadas por via aérea no ano passado, frente a 6.072 em 2010, o país é agora o segundo colocado nessa categoria, atrás apenas de Albânia, com 3.159 barrados, e à frente de Estados Unidos, com 2.305.
Nenhum outro país da América Latina está entre os dez primeiros da lista.
Considerando todas as fronteiras - aérea, marítima e terrestres -, os dados mais recentes da Frontex indicam que, entre 2012 e 2013, o fluxo de brasileiros impedidos de entrar nos países da UE caiu 17%.
Isso situa o Brasil como o terceiro país com a maior redução, atrás de Ucrânia e Georgia.
Crise
"A principal razão parece ser a melhora nas condições econômicas no Brasil e a deterioração na UE", explicou à BBC Brasil Ewa Moncure, porta-voz da Frontex.
"Muitos brasileiros que estavam na Europa ilegalmente decidiram voltar para casa no início da crise econômica na UE. Em contraste, a economia brasileira tem criado empregos em um nível relativamente estável", analisou.
Entre os motivos mais frequentes para a proibição da entrada de brasileiros, está a falta de documentação apropriada para justificar o motivo e as condições de sua estadia, aplicado em 782 casos no ano passado.
No caso das fronteiras aéreas, a maioria dos brasileiros foi barrada nos aeroportos do Reino Unido, seguido de França, Espanha e Portugal, nesta ordem de importância.
De maneira geral, considerando também fronteiras terrestres e marítimas, os mais recusados pela UE foram russos, ucranianos e albaneses.
Deportados
Dados do Instituto de Estatística da UE (Eurostat) revelam também uma queda de 55% no número de brasileiros vivendo ilegalmente em algum país europeus nos últimos quatro anos.
Em 2013, 6.425 brasileiros foram identificados nessa situação, a maioria deles na Espanha, Portugal e Alemanha.
Nesse mesmo ano, 6.755 brasileiros receberam ordem de deixar o país europeu onde se encontravam de maneira ilegal, uma redução de 57% em comparação com 2010.
A maioria dos casos foi registrada em Portugal, que ultrapassou a Espanha e se tornou o primeiro país de residência para imigrantes brasileiros irregulares.
Já as deportações de brasileiros diminuíram 49% entre 2010 e 2013, para 3.920.
Os países com mais deportados da UE - Marrocos, Índia, Rússia, Ucrânia e Albânia - foram responsáveis por entre 5,5 mil e mais de 10,5 mil casos.
A maioria dos retornos de imigrantes ilegais ao Brasil foi realizada pelo Reino Unido e Portugal, sendo o segundo o único país no qual os brasileiros são a nacionalidade mais deportada: 735 casos, frente a 70 casos de cabo-verdianos e ucranianos.
A Espanha passou de segundo para terceiro lugar na lista de origem das deportações de brasileiros.
Comentários