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Cidades/Geral
Quinta - 05 de Junho de 2014 às 07:58

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Devido à falta de investimentos, o sistema socioeducativo de Mato Grosso é um barril de pólvora prestes a explodir. Um problema que tende a se agravar com a greve dos agentes socioeducativos, prevista para começar na próxima segunda-feira (09.06), três dias antes do início da Copa do Mundo (12.06).

De acordo com o presidente do Sindicato da Carreira dos Profissionais do Sistema Socioeducativo do Estado de Mato Grosso (Sindpss), Paulo César de Souza, todas as unidades do Estado estão abandonadas e sucateadas. Um dos casos graves é o Centro Socioeducativo de Cuiabá, antigo Complexo do Pomeri, que conta com aproximadamente 100 adolescentes.

“No último dia 11 de abril a categoria fez uma paralisação e foi prometido pela Secretaria (de Justiça e Direitos Humanos) o término da demolição do antigo Pomeri e a reforma geral da unidade que já tem alocado R$ 1,2 milhão. Porém, até hoje nada foi feito”, afirmou.

No prédio em ruína, conforme Paulo César, ficaram as pedras e paus, que vêm sendo utilizados como armas pelos adolescentes. “E a Secretaria vem deixando isso acontecer de forma natural. Não tem um tapume para que o adolescente não acesse o local. Está um barril de pólvora”, assegurou.

Anteontem, houve um princípio de motim envolvendo três adolescentes da ala “3”, onde ficam os infratores reincidentes. Eles teriam usado um ferro pontiagudo para fazer um colega refém, que só foi liberado após muita negociação.

Porém, segundo o sindicalista, praticamente todos os dias os adolescentes investem contra os agentes. “Os servidores estão revoltados e estão temendo pela própria vida”, disse. “Tentamos buscar um acordo com a Secretaria, que só promete que vai concluir a demolição”, acrescentou.

A reivindicação de melhorias também se estende às unidades de Rondonópolis, Sinop, Cáceres, Barra do Garças e Várzea Grande. Neste último caso, por exemplo, as obras do Centro Socioeducativo estão paralisadas há pelo menos um ano.

Além da adequação salarial dos assistentes administrativos, a categoria também cobra a realização de concurso público. Conforme Paulo César, o Estado conta hoje com 170 agentes, quando o necessário seria o dobro de profissionais. No Pomeri, por exemplo, são 95 profissionais. "Por plantão, trabalham de 12 a 13 agentes. Mas, há casos que chegam a trabalhar nove por plantão", frisou.

Atualmente, há 177 adolescentes em conflito com a lei no Estado, que oferta 195 vagas. Com a deflagração da greve, serão mantidos apenas serviços essenciais como os relacionados a alimentação, saúde e Defensoria Púbica.

Por meio de nota, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh-MT) informou que ainda hoje será retomada a demolição do antigo Pomeri, sem que haja ônus para o órgão estadual. Quanto a unidade de Várzea Grande, a Sejudh garantiu que a terceira empresa colocada no processo de licitação assumiu as obras e já assinou o contrato de intenção. “Está sendo atualizadas as planilhas para a retomada da obra”, informou.

Já a unidade de Rondonópolis encontra-se em reforma e o projeto de ampliação da unidade de Sinop encontra-se no setor de engenharia para adequações. 





Fonte: Do DC

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