Politec se prepara para ação em grandes tragédias Principal missão é identificar vítimas fatais em grandes tragédias
Peritos oficiais criminais, médicos, odontolegistas, papiloscopistas, técnicos de necropsia, além de peritos e papiloscopistas da Polícia Federal, que integram a equipes de DVI (Disaster Victim Identification), participaram do curso da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para planejar as ações de resgate e identificação de vítimas de desastres em massa. O treinamento, realizado no auditório da instituição nos dias 02 e 03 de junho, contou com a simulação de um suposto desabamento da estrutura da arquibancada de um centro de eventos durante a Copa do Mundo de 2014, com a morte de 120 pessoas de quatro nacionalidades diferentes.
A principal missão da equipe de técnicos da Politec seria levantar informações para a identificação das vítimas fatais. Diante da tragédia, o controle emocional e o foco na prestação de informações sobre o incidente às famílias e à sociedade, bem como a garantia da integridade das vítimas e dos vestígios encontrados norteou os grupos no levantamento das ações e materiais necessários à realização dos trabalhos.
Além da simulação realizada pelos participantes, o treinamento contou com uma apresentação sobre o Sistema de Controle de Incidente (SCI) ministrada pelo perito oficial criminal Daniel da Costa e Silva Soares, sobre os Aspectos Básicos da Identificação da Vítima de Desastre com o Perito Oficial Odonto Legista Marcos Vinícius Lopes Prioli. Em seguida, foi realizada uma mesa redonda com o tema “Atribuição das Principais instituições envolvidas no cenário de incidente em massa’’, que contou com a participação do gerente de Programas da Polícia Federal Copa 2014, João Carlos Gonçalves Pereira, do superintendente da Defesa Civil do Estado, Sérgio Delamônica, do major do Corpo de Bombeiros, Wendell Carlos Arruda, e do coordenador de Pesquisas e Desenvolvimento Experimental da Politec, Reginaldo Rossi do Carmo.
O treinamento, que contou com 55 peritos, faz parte do Plano de Ação elaborado pela Politec em 2010 e normatizado no dia 25 de Abril deste ano, sendo apresentado e discutido entre quatro grupos de trabalho que serão encarregados pelas ações de Logística, Custódia, de Local, Confronto e de Levantamento de dados Ante e Pós-Mortem.
A preparação e o planejamento serão um dos principais legados da Copa do Mundo para a sociedade, conforme o major Wendell Arruda. “O legado será a interação e a integração para melhorar a atuação da Segurança Pública do Estado’’, afirmou.
Para Sérgio Delamônica, o treinamento reciclou o conhecimento dos agentes que atuam na segurança pública. “O papel de cada instituição tem de estar bem definido para evitar a sobreposição de ações, e todos devem desenvolver esta percepção de responsabilidade. A Defesa Civil nestes casos age na reatividade e na prevenção para dar suporte e mobilidade aos demais agentes envolvidos’’, destacou.
Nessa segunda-feira à tarde, os membros também contaram com a participação do perito criminal da Polícia Federal, Carlos Eduardo Palhares, representante da Interpol (Polícia Internacional) no Brasil. Ele ministrou uma palestra via teleconferência de Brasília sobre as metodologias adotadas internacionalmente para a identificação de vítimas de desastres em massa. “O DVI é uma atividade técnico-científica relacionada a vários campos da Perícia e que se utiliza da metodologia da Interpol que tem por objetivo padronizar a atuação conjunta entre as equipes de emergência, resgate, segurança e perícia por meio de um único método controle (SCI)’’, explicou.
O DVI já vem realizando diversos encontros e capacitações como a visita realizada em dezembro de 2013 ao Estado do Rio Grande do Sul, para conhecerem as ações executadas no incidente da Boate Kiss, e ainda, a participação em reuniões via Teleconferência com peritos criminais federais de outros estados, encarregados da elaboração do Plano de Contingência para Atendimento Pericial em Local de Desastre em Massa.
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