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Repórter News - reporternews.com.br
Policia MT
Quinta - 05 de Junho de 2014 às 17:45

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Divulgação Prefeitura de Rio Branco

Uma caminhonete da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (340 km de Cuiabá) foi atingida por disparos efetuados por uma equipe do Grupamento de Fronteira (Gefron), na madrugada da última terça-feira (3). Uma paciente que estava sendo transportada para Cuiabá foi atingida no tornozelo por disparos de uma carabina calibre 556. A situação foi registrada em uma estrada de acesso as cidades de Curvelândia e Lambari do Oeste, nas imediações da ponte sobre o rio Cabaçal. No total, cinco pessoas (sendo quatro paciente e o motorista) estavam à bordo de uma caminhonete L-200, adesivada pela Prefeitura de Rio Branco. Ferida no pé com um tiro de fuzil, a dona de casa Maria Lúcia do Amaral, 35 anos, teve de ser encaminhada para o Hospital Regional de Cáceres e submetida a intervenção cirúrgica.

O comandante do Gefron, tenente coronel Wankley Corrêa Rodrigues lamentou o episódio e afirmou que os policiais militares montaram uma barreira para tentar localizar uma caminhonete Amarock, que havia sido roubada horas antes na cidade de Arenápolis. Ele aponta que o condutor do veículo oficial não teria respeitado a barreira e por esse motivo os policiais atiraram contra os pneus do carro. “O policial disparou, mas houve um desvio no trajeto da munição e acabou perfurando o veículo e atingindo a senhora”.

Ele ainda cita que momentos antes da chegada da caminhonete um carro de passeio tentou passar em alta velocidade pela região, o que deixou a situação ainda mais tensa. “O condutor de um Gol passou e nesses casos é muito comum que criminosos empreguem de batedores para que visualizassem se existe a presença de policiais, à noite, no escuro a visualização é precária na região”. O comandante informou que os policiais atiraram, pois não houve atendimento a determinação de parada. Ele frisou ainda que aquela região é alvo constantes de ações criminosas e que nos últimos 20 dias, em outra operação realizada em conjunto com a Polícia Federal resultou na apreensão de mais de cem quilos de entorpecentes.

O prefeito da cidade de Rio Branco, Antônio Xavier de Araújo (PSC), se mostrou revoltado com a situação e declarou que o motorista do carro oficial não pode ser penalizado considerando que não havia nenhuma sinalização indicando a presença de policiais ou de uma barreira. “Essa ação mostra o despreparo da Polícia”, disparou. O prefeito conta que foi ao local, por volta das 4h30, para se inteirar da situação.

“Havia um policial na mata e quando o motorista reduziu para passar na cabeceira da ponte o carro foi atingido. Rasgaram os três pneus da caminhonete com tiros. Se trata de uma ação muito mal sucedida”. Ele frisa que os policiais afirmaram que estavam a procura dos assaltantes de uma outra caminhonete roubada em Arenápolis, mas reafirma que é necessário que se esclareça toda situação considerando a gravidade dos fatos. “É preciso que se esclareça a verdade do que aconteceu”. Ele ainda explica que o carro da Prefeitura foi apreendido para que a perícia criminal seja realizada.

A secretária de saúde em exercício de Rio Branco, Célia Roma, informou que dois dos pacientes que estavam no interior da picape tinham consulta no Hospital Militar e outros dois seriam avaliados para realização de cirurgias ortopédicas. Ela ainda citou que a vítima do disparo permanece internada no Hospital Regional de Cáceres e não é possível afirmar ainda se terá ou não sequelas em decorrência do tiro.

O delegado responsável pelas investigações na cidade de Rio Branco, Carlos Roberto Moreira de Oliveira informou ao Olhar Direto que não descarta a realização de uma reprodução simulada dos fatos para auxiliar no procedimento investigatório. Informou ainda que irá solicitar para perícia o armamento empregado na ação.

Quanto as informações coletadas até o momento, ele cita que o boletim de ocorrência da PM descreve que havia uma barreira instalada antes da ponte sobre o rio Cabaçal, mas o documento aponta que houve o deslocamento dos militares piuco antes da ocorrência com a picape mediante a passagem de um carro que teve os pneus furados, eles tiveram de se deslocar. Dois policiais permaneceram naquela região para auxiliar e ações de contenção com emprego de sinalizadores. O documento aponta o deslocamento da caminhonete sem obediência a ordem de parada.

Já os pacientes que estavam no carro da Secretaria de Saúde apontaram em declarações formais à Polícia Civil que não visualizaram nenhuma sinalização para que o condutor parasse o veículo para uma abordagem do Gefron. 'Nos depoimentos apontam que foram surpreendidos pelos tiros”. Ele finaliza informando que o inquérito instaurado apura o crime de lesão corporal. “Nós vamos buscar a verdade dos fatos”. A vítima dos disparos permanece internada e ainda não prestou declarações para a Polícia.





Fonte: Olhar Direto

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