Esqueleto-robô vai dar chute inicial Ponta pé inicial da Copa do Mundo, em Itaquera hoje, será dada por um esqueleto robô, construído por cientistas brasileiros
Além dos 22 jogadores das seleções brasileira e croata, haverá mais alguém ansioso para a sua estreia na Copa do Mundo: o adulto paraplégico que, usando uma veste robótica comandada pelos seus sinais cerebrais, dará o pontapé inicial da competição.
Resultado de quase dois anos de esforços, o projeto de desenvolvimento do esqueleto-robô batizado de "BRA-Santos Dumont 1" foi liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que trabalha desde o fim dos anos 1980 nos Estados Unidos.
Segundo Nicolelis, o objetivo dessa primeira missão é permitir que pacientes paraplégicos readquiram a capacidade de andar autonomamente e experimentem uma melhora da qualidade de vida. O projeto recebeu R$ 33 milhões do governo federal.
Pouco se sabe, porém, dos detalhes do projeto, já que Nicolelis não publicou nenhum artigo científico descrevendo o exoesqueleto. Informações sobre o pontapé inicial e a pessoa que usará a veste robótica também são mantidos em segredo.
Em linhas gerais, uma touca repleta de eletrodos colocada sobre a cabeça vai captar os sinais neurais do usuário e enviá-los para um computador instalado na parte traseira da veste robótica. Os comandos serão processados e movimentarão o robô.
Uma pele artificial, instalada nos pés do exoesqueleto, enviará sinais para uma manga com eletrodos na região do braço no usuário, devolvendo a ele a sensação tátil de andar.
Durante toda a sua carreira, Nicolelis estudou e defendeu o uso de eletrodos implantados no cérebro para captar os sinais cerebrais, mas na demonstração da Copa será usada uma técnica não invasiva, a eletroencefalografia (EEG), criticada por ele em artigos e livros e considerada menos precisa.
Com a mudança de técnica, especialistas ouvidos pela reportagem nos últimos meses questionam quanto da demonstração será controlada pela pessoa e quanto será controlado pela máquina.
Lenço - Um lenço que pertenceu ao pai da aviação, o brasileiro Alberto Santos Dumont (1873-1932), será usado pelo jovem que dará o pontapé inicial nesta quinta-feira (12), O lenço é considerado uma relíquia e tem um seguro de US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões) para o caso de ser danificado.
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