Savi sugere placas em ônibus para incentivar denúncia de parafilia “É uma prática mais comum do que se imagina e assombra as mulheres, principalmente no transporte público”, argumenta o deputado
Está tramitando na Assembleia Legislativa uma indicação do primeiro-secretário, deputado estadual Mauro Savi, que objetiva a colocação de placas informativas no interior dos ônibus do transporte coletivo estadual estimulando a denúncia e coibindo a “parafilia”, um tipo de constrangimento pelo qual muitas mulheres passam, quando são assediadas fisicamente em ônibus com grande quantidade de passageiros.
A parafilia é um assédio que consiste na perversão sexual caracterizada pela procura da excitação através de situações que fogem aos padrões considerados sadios. “É uma prática mais comum do que se imagina e assombra as mulheres, principalmente no transporte público”, argumenta o deputado.
O parlamentar ainda justifica que a violência contra a mulher atinge-as dentro e fora da família e não é praticada apenas por meio de agressão física, como tapas, socos ou pontapés. Há também, conforme estudos técnicos pesquisados pela assessoria do deputado, a violência psicológica, moral, patrimonial e a sexual.
Savi adverte que é importante saber que atualmente quando a mulher sofre qualquer tipo de agressão na rua, ela está sempre amparada, como todo cidadão, pelas leis comuns, devendo procurar imediatamente a delegacia mais próxima.
“A prática é tão comum, que alguns adeptos da parafilia chegam a filmar suas ações para divulgar em site e comunidades das principais redes sociais”, alerta Savi, acrescentando que os grupos conhecidos como “encoxadores” chegam a ter mais de 12 mil participantes e englobam as “encoxatrizes”, que são mulheres que praticam o mesmo ato, ou gostam de ser assediadas.
Savi ainda ressalta que acredita no êxito de uma campanha estadual, nos moldes da criada no Distrito Federal e que tem o slogan: “Assédio sexual no ônibus é crime! Ligue 190 (PM) ou 180 (Central de Atendimento à Mulher), Denuncie!”. “Com isso vamos encorajar as mulheres a fazerem a denúncia e sensibilizar os demais passageiros a defender a vítima e a condenar o agressor”, emendou Savi.
Outro exemplo concreto e de sucesso, citado pelo deputado, é o da cidade de Londres, Inglaterra, que no ano passado lançou a campanha que consiste em preparar a polícia que atua nos metrôs para cuidar dos casos de abuso e, ao mesmo tempo, conscientizar as mulheres sobre a importância de prestar queixa quando se sentirem molestadas.
Batizada de Project Guardian, a campanha foi iniciada depois de uma pesquisa concluir que 15% das meninas e mulheres usuárias do transporte coletivo, já tinham vivenciado algum abuso, mas que 90% delas não prestaram queixa. “Nossa ideia principal é incentivar a denúncia e coibir ações que provoquem vergonha, humilhação e constrangimento às mulheres dentro dos ônibus”, completou Mauro Savi.
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