PM abre inquérito sobre policial que jogou spray de pimenta em detido Corporação quer saber qual agente usou arma não letal em ato contra Copa. Segundo comandante da corporação, ação de policial foi desnecessária.
O comando da Polícia Militar abriu um inquérito para apurar se houve excesso dos policiais durante prisão ocorrida em um dos protestos realizados em São Paulo contra a Copa do Mundo, na quinta-feira (12), horas antes da abertura do evento esportivo na Arena Corinthians.
Cinco pessoas foram presas em flagrante durante confronto entre manifestantes e policiais militares no Tatuapé, na Zona Leste da capital. Em um dos casos, um rapaz já estava totalmente dominado quando um PM jogou spray de pimenta nos olhos dele.
O manifestante citado, Rafael Marques Lusvarghi, de 29 anos, também foi atingido por duas balas de borracha antes de ser detido. Após ser liberado, ele afirmou ao G1 que a PM agiu com truculência.
“Não havia necessidade de fazer isso. O inquérito vai identificar quem é o policial”, disse o comandante da PM, coronel Roberto Meira. Mais de 30 pessoas foram detidas em outros protestos.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu nesta sexta (14) a ação da PM. "A polícia evitou situações mais graves porque nós estávamos na abertura da Copa do Mundo, 60 mil pessoas indo para o estádio, muita gente na rua para acompanhar a festa. Houve uma tentativa de fechamento da [Avenida] Radial Leste. A polícia teve que agir."
Para o secretário da Segurança Pública Fernando Grella, a polícia atuou de forma correta.“A polícia agiu corretamente, usou a força proporcionalmente para manter a ordem”, disse.
Ouvidoria
A Ouvidoria das Polícias de São Paulo também criticou a ação de policiais militares no protesto ocorrido perto da estação Carrão da Linha 3–Vermelha do Metrô. Segundo o órgão, a ação foi desproporcional e possíveis abusos serão investigados. A PM afirma que “agiu para impedir que baderneiros fechassem a Radial Leste”, via utilizada por torcedores e pelas delegações para chegarem à Arena Corinthians, em Itaquera.
Em nota, o ouvidor Júlio César Fernandes Neves afirmou que a Ouvidoria está insatisfeita com a atuação da Polícia Militar. Neves completou que a ação será oficiada à Corregedoria da corporação e ao Ministério Público.
“Além de ter sido desproporcional e inaceitável, um dos policias militares demonstrou sadismo ao lançar spray de pimenta nos olhos de um manifestante que já estava completamente dominado", disse o ouvidor.
Durante o conflito entre cerca 20 manifestantes e os policiais, alguns jornalistas chegaram a ficar feridos, incluindo duas profissionais da rede americana CNN. Elas passam bem. Segundo a Polícia Militar, a capital paulista registrou quatro pontos de manifestação na tarde desta quinta-feira, sendo três deles na Zona Leste.
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