Bicudo do Algodoeiro volta a preocupar agricultores em MT Praga pode provocar perdas de até 70% na produtividade. Período chuvoso favorece ataque.
Agricultores de Mato Grosso estão preocupados com o ataque do bicudo do algodoeiro nas lavouras durante esta safra. O inseto tem um elevado potencial destrutivo e em grandes infestações pode provocar a perda de até 70% da produção estimada.
Em Campo Verde, município a 139 quilômetros de Cuiabá, técnicos do Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA - MT) afirmam que a presença da praga aumentou neste ciclo em todo o estado. “Anos mais chuvosos favorecem o ataque de bicudo, você vai ter mais tempo de botões florais e isso aí é fonte de alimentação e reprodução para ele”, explica o assessor técnico regional do IMA, Renato Tachinardi.
Além do fator climático, o uso de novas cultivares transgênicas resistentes as lagartas também podem ter favorecido para o aumento do ataque do bicudo. “A gente acredita que a diminuição da aplicação de defensivos no controle das lagartas também tem ajudado o bicudo. No ano passado o controle de lagartas era mais efetivo”, diz Tachinardi.
Como acontece
O ataque começa pelas plantas cultivadas nas margens da lavoura, na chamada bordadura. O inseto danifica as flores e as maçãs do algodão, mas o alvo preferido são os botões florais, onde ficam armazenados os ovos, as larvas e as pupas do bicudo.
Nas últimas três safras foram feitas em média 10 pulverizações só para o controle do bicudo na região de Campo Verde, a expectativa é que este número aumente. O agricultor Giovani de Paula já realizou quatro aplicações nos 350 hectares cultivados. Ele diz que essa quantidade deve triplicar até o momento da colheita. “Ele é a chamada praga silenciosa, porque entra e se esconde muito fácil dentro da flor, dificultando muito o controle”.
Prevenção
Apesar do bicudo ser a principal praga da cultura do algodão, ainda não foram desenvolvidas nenhuma cultivar transgênica com resistência à praga. Por este motivo, a melhor forma de evitar grandes prejuízos é seguir as recomendações técnicas, entre elas a destruição das soqueiras e o cumprimento do vazio sanitário. Para os técnicos do IMA a falha na destruição das soqueiras na última safra pode ter motivado também a maior infestação encontrada agora.
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