Legendas começam a definir majoritária Restando apenas 15 dias de prazo para as convenções, aliados, enfim, buscam consenso. Até agora, Julier é o mais cotado à vaga de governador

Restando apenas 15 dias para a realização das convenções partidárias, a base governista, enfim, parece que começará a definir quem será o candidato do grupo ao governo do Estado.

Em uma reunião realizada no final da tarde de ontem (16), lideranças das legendas aliadas decidiram que a partir de um encontro a ser realizado na manhã de hoje passarão a caminhar para um consenso.

Até o momento, o partido com uma estratégia mais forte para emplacar seu pré-candidato é o PMDB, que conta com o apoio da Executiva Nacional para convencer as demais siglas a apoiarem o projeto do ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB).

A Nacional do PMDB trabalha junto ao PT para garantir candidaturas ao governo de peemedebistas em diversos estados, incluindo Mato Grosso. Em algumas regiões, a sigla também trata como prioridade as candidaturas ao Senado e à Câmara Federal.

Estas vagas – assim como a de vice-governador - em Mato Grosso, todavia, devem ser oferecidas aos demais partidos da base aliada como uma troca pelo apoio a Julier.

A estratégia já foi apresentada até à presidente Dilma Rousseff (PT) durante um encontro com a cúpula do PMDB, capitaneado pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). Na ocasião, a continuidade da união entre as legendas já foi formalizada.

A medida tem por objetivo também fortalecer o projeto de reeleição da presidente Dilma. Neste sentido, Mato Grosso é tratado como prioridade por conta de sua forte influência na economia nacional, uma vez que o Estado é o berço do agronegócio.

Diante disso, o ministro da Secretaria da Presidência da República, Gilberto Carvalho, designou um de seus principais articuladores, José Mauro, para acompanhar pessoalmente as definições das candidaturas no Estado.

Dentro da base governista mato-grossense, contudo, além de Julier, há outras duas pré-candidaturas: a do ex-vereador Lúdio Cabral (PT) e a do vice-governador Chico Daltro (PDS).

Com o estreitamento de laços com o PT, a tendência é que o projeto de Lúdio ao governo seja descartado e ele seja o indicado para o Senado. Outra possibilidade é de que o petista dispute a eleição proporcional para deputado federal. O plano inicial para ele, aliás, era justamente este.

Daltro, por sua vez, parece não estar disposto a recuar. No PSD, além dele, ainda há a possibilidade de lançamento do presidente licenciado da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, ao Senado. Ambos os planos caminham em direção oposta aos do PMDB e PT.

Os peemedebistas até teriam interesse em contemplar o PSD na chapa. Com a medida, conquistariam o apoio do partido que tem grande capilaridade no interior do Estado: é o que conquistou o maior número de prefeituras na eleição de 2012.

As condições para isso, no entanto, devem ser de apenas uma vaga para um social-democrata. Dessa forma, a legenda teria que escolher entre Daltro e Prado. O vice-governador, no entanto, não tem demonstrado estar disposto a concorrer a outro cargo se não o de chefe do Executivo estadual.