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Copa 2014
Sexta - 20 de Junho de 2014 às 06:55

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A Nigéria joga neste sábado, em Cuiabá, contra a Bósnia e Herzegovina, pela segunda rodada da fase de grupos. Os nigerianos empataram na estreia e tem 1 ponto, na 3ª colocação do grupo. A Bosnia é lanterna, sem pontos e Argetina lidera com 3.

A expectativa da Nigéria é retornar aos seus melhores dias, quando as Super Águias eram a melhor seleção africana e enfrentavam de igual para igual qualquer seleção do mundo. Depois de um empate em 0x0 com o Irã, na estreia nigeriana, o jogo pode decidir o futuro do país na competição.

Pouca gente sabe, mas a Nigéria tem uma das maiores indústrias cinematográficas do mundo. Estimativas apontam que por ano são produzidos 2.600 filmes no país, muito mais do que a famosa indústria norte-americana. A maior parte desses filmes é de circulação local, mas mesmo assim, o público é grande. Com uma população estimada em 175 milhões de habitantes, a Nigéria é o país mais populoso da África e o sétimo do mundo.

A seleção nigeriana de futebol sempre estará na lembrança do torcedor brasileiro. Tudo por conta de um jogo disputado nas semifinais dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Naquele ano, o Brasil chegou ao torneio com amplo favoritismo, tendo em seu elenco jogadores como Dida, Aldair, Rivaldo, Juninho Paulista e Ronaldo. Já havia derrotada a Nigéria na primeira fase e a vitória parecia uma certeza depois que o Brasil abriu 3x1. Mas aí, apareceu Nwankwo Kanu.

O atacante nigeriano, então com 20 anos, comandou a reação das Super Águias e empatou a partida levando o jogo para a prorrogação. No tempo extra, Kanu voltou a aparecer e marcou o gol de ouro nigeriano, classificando seu país para a final e adiando novamente o sonho do ouro olímpico brasileiro, que até hoje não veio. Na final, a Nigéria derrotou a Argentina por 3x2 e subiu no topo do pódio olímpico.

Depois das Olimpíadas a carreira de Kanu não decolou como era esperado. O atacante sofreu com um problema cardíaco e correu risco de morte. Não se firmou nas equipes que defendeu e nem mesmo na seleção nacional. De certa forma, a Nigéria também não confirmou as expectativas criadas depois da conquista olímpica, por mais que o país seja uma potência nas categorias de base. Foi quatro vezes campeã do mundial sub-17.

Dois anos antes da conquista de 1996, a Nigéria fez sua estreia em Copas do Mundo. Avançou até as oitavas de final e esteve perto de eliminar a Itália, que depois chegaria a final. Em 1998, as Águias voltaram a se destacar, liderando o grupo da morte que ainda tinha Espanha, Bulgária e Paraguai. Caíram nas oitavas de final contra a Dinamarca, mas deixaram uma boa impressão. Só que desde então, os nigerianos perderam seu protagonismo no continente africano para seleções como Costa do Marfim e Gana. Desde 1998 a Nigéria não vence um jogo de Copa.

A má campanha na África do Sul levou o governo nigeriano a interferir no futebol do país, o que quase provocou uma suspensão da FIFA. O técnico sueco Lars Lagerback foi demitido e a seleção se acertou com o nigeriano Stephan Keshi no comando. Keshi promoveu uma renovação na seleção, dando espaço para os jogadores jovens e para aqueles que atuam dentro do país.

O processo deu resultado rapidamente. Os nigerianos conquistaram a Copa Africana de Nações de 2013, com um elenco jovem. A final foi contra a Burkina Faso e o autor do gol do título, o meio-campista Sunday Mba de 24 anos e que atuava no Enugu Rangers da Nigéria, foi o símbolo da conquista. Curiosamente, Mba não vira para a Copa no Brasil. Ele foi cortado por indisciplina.

O título garantiu aos nigerianos uma vaga na Copa das Confederações, disputada aqui no Brasil em junho de 2013. Os nigerianos estrearam bem, com uma vitória sobre o Taiti por 7x1, mas depois acabaram sendo derrotados por Uruguai e Espanha e foram eliminados.

Um pouco depois da passagem pelo Brasil, a Nigéria conseguiu sua classificação para a Copa do Mundo, coroando o processo de renovação, iniciado após 2010. A vaga veio de maneira relativamente tranquila, sem nenhuma derrota em oito jogos e após duas vitórias contra a seleção da Etiópia.

Se por muitos anos a seleção nigeriana se destacou pelos seus jogadores ofensivos, o principal jogador do atual elenco é John Obi Mikel, volante de marcação no Chelsea da Inglaterra, mas que na seleção assume a camisa 10 e a função de principal articulador das jogadas ofensivas. Outro destaque é o goleiro Vincent Enyeama. Na Copa de 2010, Enyeama apareceu em uma grande atuação contra a seleção argentina, impedindo diversas vezes que Lionel Messi balançasse as redes. Como no Brasil a Nigéria está no mesmo grupo que a Argentina, os dois deverão se reencontrar.

Nas redes sociais o treinador Stephen Keshi comentou a classificação nigeriana para o Mundial e processo de preparação para o torneio. Keshi classificou a conquista da vaga como uma batalha e se disse orgulhoso dos seus jogadores. Após a disputa de um torneio no começo de 2014, na qual ele utilizou apenas jogadores caseiros, o treinador afirmou que os objetivos estavam sendo alcançados e saudou os jogadores pelo caráter e pela mentalidade.

Caráter, força mental e 175 milhões de torcedores, a terceira maior torcida na Copa do Mundo. Ingredientes para que as Super Águias cumpram um bom roteiro no Brasil e que voem alto na Arena Pantanal.





Fonte: Só Notícias com Guilherme Blatt

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