Taques tenta definir vice sem traumas e busca acomodar PTB sob resistência de Serys e Pagot
Líder disparado nas pesquisas de opinião pública sobre tendência do eleitorado para o governo de Mato Grosso, o senador José Pedro Taques, pré-candidato a governador pelo PDT, tem sérias dificuldades para definir o candidato a vice-governador, seu companheiro de chapa. Ele deseja evitar que seja repetido o trauma quando se definiu o ex-governador e senador Jayme Campos (DEM) como candidato à reeleição, em detrimento da ex-senadora Serys Slhessarenko (PTB).
A escolha de Jayme para a disputa do Senado, em sua chapa, inclusive, arrefeceu a empolgação dos Petebistas para se coligar com a oposição. O presidente da Executiva do PTB, ex-prefeito Chico Galindo, mantém a preferência pela aliança com Taques, mas enfrenta forte resistência de Serys e do ex-diretor geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, amigo de longa data do ex-governador e senador Blairo Maggi (PR).
Galindo aceitaria de bom grado ser indicado a primeiro suplente de senador, mas Pagot e Serys resistem. Em 2006, Pagot foi primeiro suplente de Jayme e nunca assumiu. A intenção é de que a escolha do vice cause menos estragos internos do que a provocada pela vaga ao Senado. E, principalmente, que não haja perda de aliados.
Até a semana passada, o presidente licenciado da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Carlos Fávaro, era considerado nome certo para ser vice-governador na chapa encabeçada por Taques. No entanto, como bem escreveu Carlos Drumond de Andrade: “no meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”.
Carlos Fávaro entrou no lugar estrategicamente reservado pelo grupo oposicionista para um nome oriundo do agronegócio. O predileto de Taques, em princípio, era o ‘rei da soja’ Eraí Maggi Scheffer, primo-irmão de Blairo Maggi. Aconselhado pelo primo famoso, Scheffer decidiu adiar o projeto.
Além disso, internamente, o PSB endureceu o diálogo. E cobrou a fatura por ser fundador da aliança Mato Grosso Muito Mais, em 2010, com PDT, PPS e PV, quando poucos apostaram em êxito de Pedro Taques na disputa eleitoral. Os socialistas estão sequiosos por indicar a deputado estadual Luciane Bezerra para ser vice na chapa de Taques.
E o PSB ganhou um aliado importante: o deputado estadual Zeca Viana, presidente do PDT. Viana nunca viu com bons olhos a participação na chapa de Pedro Taques de aliados oriundos da base do governador Silval Barbosa (PMDB), sendo que o PP participou da coligação de 2010, inclusive indicando o vice-governador Chico Daltro – hoje PSD – na chapa majoritária.
E é justamente por conta das nuances que se apresentaram, nos últimos dias, é que Pedro Taques adota máxima cautela para escolher o candidato a vice-governador.
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