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Policia MT
Domingo - 22 de Junho de 2014 às 09:34

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Investigação realizada in loco pela Polícia Federal e anexada ao inquérito da Operação Ararath revelou que o sapateiro Ayr Marcilino Mendonça - tio do delator e pivô do esquema, Júnior Mendonça - foi usado como "laranja" na compra de três apartamentos de luxo, em Cuiabá e Várzea Grande.

Ayr Mendonça, segundo a PF, vive em situação precária e mal consegue sustentar a si, sua mulher e sua filha, no Estado de Minas Gerais.

O sapateiro teve seu nome envolvido no suposto esquema de lavagem de dinheiro, corrupção e crimes contra o sistema financeiro investigado na Ararath, após a descoberta de movimentações imobiliárias, realizadas em seu nome, envolvendo três apartamentos de luxo em Cuiabá e Várzea Grande.

A suspeita da Polícia é de que o sapateiro teve seu nome usado como “laranja”, conscientemente ou não, para fazer transações ilegais, "no intuito de alimentar o esquema financeiro".

Em depoimento à PF, em novembro do ano passado, após a deflagração da primeira fase da operação, Ayr negou que tivesse feito transações de imóveis, e relatou que os únicos bens que possui em seu nome são uma casa, localizada no município de Frutal, em Minas Gerais, e uma “bicicleta velha” que usa para o trabalho, heranças de seu sogro e de seu irmão, respectivamente.

O agente federal que fez a verificação da informação corroborou o depoimento e observou que Ayr Marcilino e sua família passam por dificuldades.

“Em cumprimento ao determinado por essa chefia, compareci à residência do Sr. Ayr Marcilino Mendonça, localizada na Rua Duque de Caxias, nº 232, Centro, Frutal/MG, onde foi constatado que tal pessoa vive com sua esposa e filha em situação precária, sendo sua casa muito simples, aparentando sinais de pobreza, com poucos e velhos imóveis, conforme fotografias anexas, tendo o mesmo informado que sobrevive do seu trabalho como sapateiro, com renda mensal inferior a um salário mínimo. O Sr. Ayr não possui automóvel, tendo apenas uma bicicleta como meio de transporte”, diz o relato do agente.

Vítima de “maldade”

No depoimento, o sapateiro relatou que, em 2001, seu irmão, Gércio Marcelino Mendonça (pai de Júnior Mendonça), foi à sua casa e lhe pediu seus documentos emprestados, sem explicar o motivo.

Ayr Mendonça disse que entregou os documentos, assim como o CPF de sua esposa, porque ficou “sem graça de negar” e que também assinou um papel “para ajudar o seu irmão, mas que, em momento algum, acreditou que seus familiares fossem capazes de usar seu nome para transações imobiliárias ou coisas ilícitas”.

“Que o declarante nunca pensou que seu irmão pudesse fazer uma maldade dessa com ele; que, inclusive, para demonstrar sua real situação financeira coloca à disposição tanto o seu comércio quanto sua casa (ambos no mesmo imóvel) para realização de fotos, a fim de demonstrar a veracidade do quantum alegado”, afirma trecho do depoimento.

Questionado sobre o motivo de não ter declarado os apartamentos ao imposto de renda, Ayr assegurou que, como não conhecia nenhuma das transações imobiliárias, nunca as declarou à receita, “até porque sua renda o coloca na posição de isento”.

O sapateiro ainda afirmou, no depoimento, que passa por problemas financeiros, pois toda sua renda é do trabalho, no conserto de sapatos e que, por isso, tem dificuldades para adquirir alimentos para sua família e para si.





Fonte: DO MIDIAJUR

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