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Nacional
Segunda - 23 de Junho de 2014 às 22:53

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A Vigilância em Saúde de Campinas (SP) vai propor uma reunião com o Centro de Vigilância Epidemiológica do estado de São Paulo e a equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Aeroporto Internacional de Viracopos para discutir ações adicionais de combate à poliomielite. Nesta segunda-feira (23), a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que foi detectada a circulação do poliovírus selvagem tipo 1. Entre as medidas estudadas pela Vigilância está o reforço na vacinação em bairros com baixa cobertura de imunização.

O vírus foi encontrado isolado em amostras de esgoto coletadas em março deste ano no aeroporto de Campinas. De acordo com a diretora da Vigilância em Saúde da cidade, Brigina Kemp, a coleta faz parte de um monitoramento mensal feito pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) incluído no programa nacional para manutenção da erradicação da poliomielite. Ela explica que a denominação "vírus selvagem" diz respeito ao poliovírus em forma natural, proveniente da contaminação. Segundo a Vigilância, podem ser encontradas no esgoto formas atenuadas de poliovírus, eliminadas pelo corpo humano após a vacinação.

vírus causador da poliomielite

O último caso de poliomielite registrado no Brasil foi em 1989 e o país mantém cobertura vacinal contra a doença acima de 95%. A imunização disponível nacionalmente também protege contra o tipo viral detectado no aeroporto de Campinas.

O número de casos de pólio no mundo caiu mais de 99% desde 1988, passando de 350 mil a 406 casos notificados em 2013. Esta diminuição deve-se ao esforço global para erradicar a doença, segundo a OMS. De acordo com o comunicado da organização, a amostra coletada em Viracopos seria similar a outra recentemente isolada de um caso na Guiné Equatorial, país em que as ocorrências da doença aumentaram. O comunicado diz ainda que o risco de o vírus da pólio encontrado no Brasil se espalhar internacionalmente é "muito baixo" e da Guiné Equatorial é "alto". Nenhum caso de contaminação humana foi relatado até o momento.

Ações aditivas contra pólio

A diretora da Vigilância em Saúde afirma que ainda não há nenhuma ação emergencial, tendo em vista que foi um caso isolado, mas ações adicionais serão tomadas. "A campanha de vacinação será reforçada e as populações de locais que atualmente têm baixa cobertura, como nos bairros no entorno do aeroporto, serão imunizadas", diz. Segundo Brigina, foi destacada atenção especial em relação à pólio também por causa da Copa do Mundo e o aumento da circulação de pessoas no país. "Mesmo que Campinas seja sub-sede, temos um aeroporto em que transitam muitas pessoas seleções", afirma. A Vigilância já havia intensificado a vacinação contra o sarampo.

Aumento do vírus no mundo

A OMS declarou emergência em saúde pública mundial por conta do aumento de casos de poliomielite em países como Afeganistão, Camarões, Etiópia, Guiné Equatorial, Iraque, Nigéria, Paquistão, Síria e Somália. Segundo a diretora da Vigilância em Saúde de Campinas, a cidade recebeu notificação sobre a expansão da doença nesses países. "Existe um sistema de vigilância que está organizado para evitar a reintrodução e a infecção de pessoas, na medida em que existe a circulação do vírus", explica ela.

Sem notificação

Segundo a assessoria de imprensa da concessionária Aeroportos Brasil, responsável pela gestão do aeródromo de Campinas, a empresa não recebeu nenhuma notificação sobre a ocorrência no vírus no esgoto do aeroporto. A assessoria informou também que o terminal possui uma estação de tratamento de esgoto própria, mas não soube informar se as amostras foram coletadas neste local ou nas redes do entorno. O G1 tentou contato com a Cetesb, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.





Fonte: Do G1 Campinas e Região

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