Operações devem afetar disputa
As operações deflagradas pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) no decorrer deste ano devem respingar diretamente na eleição de outubro. Elas envolvem crimes contra a administração pública supostamente praticados por políticos interessados no pleito.
Em apenas seis meses, três operações movimentaram o cenário político mato-grossense. A que causou mais frisson, no entanto, foi a Ararath, conduzida pela PF em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), e que investiga crimes contra o sistema financeiro.
Mesmo antes de se iniciar oficialmente o processo eleitoral, integrantes da base governista e da oposição já têm trocado acusações. Lideranças dos dois grupos são citadas em um dos 10 inquéritos que embasam a operação.
Enquanto o deputado estadual José Riva (PSD), o ex-secretário de Estado Eder Moraes (PMDB) e o governador Silval Barbosa (PMDB) foram formalmente acusados de participar do esquema ilegal – sendo que os dois primeiros chegaram a ser presos - governistas acusam o senador Pedro Taques (PDT) de ter interferido na investigação para prejudicar possíveis adversários no pleito de outubro.
Outra operação que envolve membros do governo do Estado e pode influenciar na eleição é a Arqueiro. Deflagrada no final de abril pelo Gaeco, ela teve o intuito de apurar suposta fraude em licitação da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas).
Convênios firmados entre o Estado e institutos que promoviam cursos profissionalizantes, alguns voltados para a realização da Copa do Mundo, eram os principais alvos.
Na esfera municipal, o ex-vereador João Emanuel (PSD) teria tido planos de candidatura a deputado frustrados pela operação Aprendiz, também deflagrada pelo Gaeco.
O social-democrata foi acusado de comandar um esquema criminoso que envolvia fraudes na documentação de terrenos e desvio de recursos do Legislativo para financiar uma suposta campanha eleitoral.
Os desdobramentos da operação ainda fizeram com que o social-democrata tivesse seu mandato de vereador cassado pela Câmara. Foram 20 votos contra quatro abstenções. Ele luta na Justiça para retomar o cargo. (KA)
Comentários